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Artigo – Precisamos falar sobre Medicalização da saúde

Publicação faz parte da campanha Janeiro Branco

30/01/2020 07:12

Nunca tivemos tanto acesso à informação como nos dias atuais. Essa abertura de campo tem gerado como consequência, características históricas e culturais que definem nosso modo de vida e que nem sempre favorecem nossa saúde.

Exemplo disso temos a elevação do índice de transtornos mentais como a ansiedade e depressão. A OMS alerta que, até 2020, a depressão será a doença mais incapacitante do mundo. Já a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) estima que entre 20% e 25% da população tiveram, têm ou terão um quadro de depressão em algum momento da vida. O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. Segundo estimativas da OMS, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população.

Mas, apesar de nossas dores, somos compelidos a manter um nível de produtividade inabalável, acrescido de uma conectividade ininterrupta. Então, se por acaso você tiver uma dor de cabeça, beba logo um analgésico. Se você está atravessando um momento difícil, tome logo um ansiolítico; se está sofrendo com perdas, tome logo um antidepressivo.

Pode parecer um exagero, mas a maior parte das pessoas hoje em dia, acaba funcionando dessa maneira. Na busca por soluções, muitas vezes queremos o que é mais fácil e rápido, mesmo que seja só um paliativo. Isso pode gerar um distanciamento emocional de si mesmo, contribuindo para ampliar o problema e não criar uma solução.

É claro que existem situações onde é necessário a administração de medicamentos para uma efetivação do tratamento. Mas, quando sentimos uma dor de cabeça, um aperto no peito, uma aceleração na respiração, o nosso corpo está nos enviando uma informação de que algo não está bem. Se não pararmos para ouvir nossas emoções e traduzi-las em sentimentos, corremos o risco de nos desconectarmos de nós mesmos.

Algumas emoções desagradáveis são inevitáveis na vida e o que precisamos é apenas aprender a lidar com elas. É assim quando perdemos um ente querido ou enfrentamos conflitos interpessoais. Fortalecer nossa saúde mental pode ser mais efetivo do que usar uma medicação. Buscar atendimento profissional é sempre um bom recurso!


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