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No Dia Internacional das Mulheres na Ciência, duas servidoras do TJRO qualificam dissertações no mestrado em Direitos Humanos e Justiça

Data visa lembrar a comunidade internacional de que a ciência e a igualdade de gênero devem avançar lado a lado

11/02/2021 14:45

Na semana em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (11 de fevereiro), duas servidoras do Tribunal de Justiça de Rondônia qualificaram suas dissertações no mestrado profissional interdisciplinar em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça (DHJUS), curso oferecido pela Universidade Federal de Rondônia (Unir) em parceria com a Escola da Magistratura do Estado (Emeron). A psicóloga Isabela Paludo e a assistente social Valdênia Guimarães, ambas alunas da terceira turma do programa e orientadas pela professora doutora Thais Maganhini na linha de pesquisa “Políticas Públicas e Desenvolvimento da Justiça”, submeteram seus trabalhos à apreciação prévia das bancas examinadoras.

 

Chefe da Seção de Atendimento Psicossocial do Serviço de Apoio às Varas de Família da Comarca de Porto Velho, Valdênia foi a primeira, na manhã de quarta-feira (10). Intitulada “Oficinas de Parentalidade e Divórcio nas Escolas de Porto Velho/RO: Cidadania e Justiça na Comunidade”, sua dissertação aborda a discussão de questões de guarda, alimentos e convivência com os filhos por casais que buscam o Poder Judiciário com o fim do relacionamento conjugal, tendo como solução do litígio a sentença judicial. “Ocorre que o conflito gerado através do divórcio ou dissolução da união estável, necessariamente, não se resolve com o fim da lide e, diante dessa percepção, o Judiciário firmou a Conciliação e a Mediação como métodos adequados de solução de conflitos, que somados ao programa educacional interdisciplinar das Oficinas de Parentalidade, procuram estimular a reflexão dos participantes, substituindo a cultura do litígio pela cultura de paz”, afirma Valdênia.

 

O estudo aponta que a Oficina de Parentalidade apresenta-se como um programa educacional, preventivo e multidisciplinar, direcionado às famílias que enfrentam conflitos relacionados ao exercício da parentalidade dissociada da conjugalidade, com o intuito de pacificar relações e auxiliar o casal em vias de separação a criar uma efetiva e saudável relação parental junto aos filhos ou filhas. A pesquisa tem como foco principal investigar a execução das Oficinas de Parentalidade nas Varas de Família de Porto Velho, averiguando se a participação das partes permite um maior número de acordos no âmbito da Conciliação e da Mediação, bem como se a dinâmica do trabalho desenvolvido contribui para evitar a excessiva judicialização dos conflitos.

 

“Objetiva-se estender essa metodologia através de um projeto para as escolas da cidade, propondo uma ação de reflexão sobre os conflitos referentes ao fim do relacionamento e o acesso à Justiça”, complementa a servidora. Para averiguar o ponto de vista dos participantes das oficinas, Valdênia tabulou as informações da Avaliação Final, questionário elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça para avaliar e expor opinião sobre o trabalho desenvolvido. A pesquisa buscou conhecer ainda como os Tribunais de Justiça Nacionais se mobilizam para executar as Oficinas de Parentalidade: “A análise das fontes permite inferir que as oficinas se tornaram uma política pública viável para dirimir conflitos na maior parte dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania do país”.

 

Na manhã de hoje, foi a vez de Isabela, lotada na Coordenação do Serviço de Apoio Psicossocial às Varas de Família da Comarca de Porto Velho, apresentar o trabalho “Mediação de Conflitos: Do Judiciário às Escolas – Proposta de Programa de Mediação Escolar para o Tribunal de Justiça de Rondônia”. A psicóloga também trata da Mediação enquanto forma diferenciada de lidar com os conflitos, transpondo as paredes do Judiciário para auxiliar na construção de uma cultura de paz. “Para tal projeto, a Emeron é uma opção para a adoção de métodos de resolução de conflitos baseados em autonomia e emancipação”, diz a acadêmica.


Como objetivo geral, ela busca apreender os elementos conceituais e legais da Mediação e sua aplicabilidade e, de forma específica, descreve a expansão para a Mediação Escolar e levanta os projetos existentes nos Tribunais de Justiça de todo o Brasil, com estudo de caso em dois Tribunais nacionais que possuem a prática estabelecida: Amapá e Distrito Federal. “As experiências estudadas e analisadas subsidiaram e inspiraram a elaboração de uma proposta de Mediação Escolar para o TJRO com o objetivo de fomentar a cultura do diálogo e autonomia para a resolução de conflitos e, de tal forma, diminuir o número de litígios e processos existentes, assim como propiciar a cultura de paz”, finaliza Isabela.

 

Mulheres na Ciência

 

O Dia das Mulheres e Meninas na Ciência, declarado em 2015 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, visa lembrar a comunidade internacional de que a ciência e a igualdade de gênero devem avançar lado a lado como meio para um crescimento econômico inclusivo e sustentável e para o alcance da Agenda 2030. Em todos os níveis do sistema educacional, a discrepância entre homens e mulheres é gritante. Segundo o relatório “Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)”, menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres. No Brasil, de acordo com o Open Box da Ciência, os títulos de doutorado na plataforma Lattes pertencem, majoritariamente, a homens (59,7% do total, enquanto as mulheres equivalem a 40,3%). Dentre os 919 já laureados com prêmios Nobel, apenas 54 são mulheres.

 

Esses dados mostram que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que a igualdade de gênero na ciência se torne realidade. A ciência e a inovação podem trazer benefícios que mudam a vida, especialmente daqueles que mais precisam, por isso é preciso quebrar os estereótipos de gênero que ligam a ciência à masculinidade e expor as gerações jovens a modelos positivos de cientistas mulheres, estimulando que estas meninas e adolescentes tenham acesso igualitário à educação, se especializem e atuem na ciência, trazendo diversidade, novas perspectivas, capacidades e criatividades à pesquisa.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron (com informações da Unesco e ONU)

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