Aconteceu na última terça-feira (2), no final da tarde, o “Encontro
de Pensadores: Uma reflexão sobre a pandemia e a humanidade”, promovido pelo
Tribunal de Justiça de Rondônia, por meio da Escola da Magistratura de Rondônia
(Emeron), em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região –
Rondônia e Acre (TRT-14) e sua Escola Judicial (Ejud14) e o Tribunal de Contas
do Estado (TCE/RO). A transmissão, que ocorreu em modo privado no canal da
Ejud14 e contou com a participação do historiador Leandro Karnal, foi exclusiva
para membros e servidores dos três órgãos.
Com mais de 1.200 visualizações no total, tendo até 520 acessos simultâneos,
o webinar foi aberto pelos representantes das instituições promotoras: a
presidente do TRT e diretora da Ejud14, desembargadora Maria Cesarineide Lima;
o vice-diretor da Emeron, juiz Edenir Albuquerque, representando o diretor da Escola,
desembargador Miguel Monico Neto; e o presidente da Escola Superior de Contas (ESCon), conselheiro Wilber
Coimbra. Em comum, os três destacaram a proveitosa e frutífera iniciativa de
realização do Encontro de Pensadores. “Que seja o início de uma caminhada entre
as instituições em busca do aperfeiçoamento de seus integrantes”, disse a
desembargadora Cesarineide.
Edenir destacou a participação da Emeron no evento, considerando a
temática relevante e urgente a ser debatida, qual seja, a pandemia e seus
reflexos para toda a humanidade. “Essa discussão é mais que apropriada, está
dentro e na linha do que a Emeron tem como propósito e objetivo”, afirmou o
magistrado. Sobre os efeitos nocivos da pandemia, o vice-diretor propôs uma autorreflexão:
“É um tempo em que nos recolhemos às nossas perdas, lutos e nossas dores pairam
suspensas, mas todo tempo é tempo de reconstruir uma humanidade para o ser
humano, então essas discussões sobre como esse tempo nos faz sentir são
importantes porque nos redescobrem e apontam caminhos para que possamos vivê-lo
melhor”.
O conselheiro Wilber também falou da oportunidade que o encontro
oferece para uma reflexão maior. “Um olhar para dentro de si e para além de si,
sob uma perspectiva empática, e assim possamos irmanados na dor, porque a cada
instante temos famílias enlutadas, ter uma perspectiva de um futuro mais
assertivo e melhor para todos nós”, disse.
Palestras
Intitulada “O efeito da pandemia na humanidade no atual quadro da
história”, a primeira palestra foi proferida pelo professor Jorge Elarrat, mestre
em Administração pela Universidade Federal de Rondônia (Unir) e com décadas de
experiência nas áreas de Sistemas de Telecomunicações e Gestão da Informação. O
palestrante falou da capacidade de resiliência historicamente demonstrada pela
humanidade, especialmente no enfrentamento a duas guerras mundiais e uma
pandemia na primeira metade do século passado. “Duas gerações consecutivas
esmagadas por um processo de dor, quem viveu isso poderia imaginar que a
humanidade não teria condições de se reconstruir, pois foram muitos
sofrimentos, mas essa geração conseguiu atravessar esse período, superar tudo,
estabelecer organizações pela paz entre as nações, melhorias em controle de
pandemia e protocolos novos na ciência”.
Jorge então citou três pilares que, segundo ele, foram perdidos ao
longo do tempo de lá para cá. “O primeiro é a experiência de fé, pois a
espiritualidade é essencial para que o homem consiga ter forças, e perdemos
isso; o segundo pilar é a queda forte que tivemos na segurança pública no
Brasil e no mundo como um todo; e ainda uma terceira condição: as redes
sociais, que, em que pese o avanço, têm servido para isolar as pessoas, que
estão perdendo a oportunidade do contato físico”, acentuou. Como resultado,
expôs que hoje temos muitas pessoas deprimidas e frágeis, e terminou sua fala
com conselhos para lidar com as pessoas depressivas.
A seguir, foi a vez do professor, escritor e palestrante Leandro
Karnal, com o tema “O mundo pós-pandemia”. Doutor em História Social pela
Universidade de São Paulo (USP) e professor na Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), Leandro apresenta o CNN Tonight, na CNN Brasil, é colunista
do jornal O Estado de S. Paulo e tem mais de 5 milhões de seguidores nas redes sociais.
Em sua palestra, ele possibilitou reflexões sobre a aceleração das mudanças
vivenciadas: “O mundo tinha uma velocidade completamente diferente, era mais
lento, o que foi acontecendo é uma aceleração extraordinária com o surgimento
dos computadores e dos celulares, muitos aparelhos foram concentrados em um
apenas e essa mudança continua”.
Também falou que a busca por conhecimentos deve ser um processo
contínuo: “Não basta ser bem informado, é imprescindível continuar bem
informado”. Segundo ele, as áreas e aspectos do conhecimento mudam, mas os
valores são perenes. Karnal ainda destacou a necessidade de desenvolver
resiliência, empatia, otimismo e estratégia para o enfrentamento e a superação
deste momento tão difícil. “Em meio a esses saltos de tecnologia, ainda não
chegamos a um ano da primeira morte por Covid em São Paulo, na segunda semana
de março do ano passado”, afirmou. “Todos já tinham realizado reuniões através
de telas, de câmeras, a grande questão é que esse espaço virtual também deu um
salto e o que antes era alvo de debate (EaD, consultas médicas pela câmera,
audiências e sessões virtuais, será que são úteis, legais, compatíveis com as
demandas?), num espaço muito curto tornou-se uma realidade”.
Para ele, nesse novo mundo que surgia, todos tivemos que nos
adaptar muito rapidamente: “Quem antes não comprava pela internet, passou a
comprar, há profecias de que os cinemas nunca se recuperarão, filmes são
lançados diretamente nas plataformas, tudo isso não é um mundo de ponta cabeça,
é o nosso mundo que se transformou e é comum nesses momentos que surjam
soluções individuais, pois perdemos a crença nas autoridades”. Karnal pontuou
que, em um mundo em que tudo passa a ser opinião, já que tudo está na internet,
as redes sociais capilarizam essa ideia de que toda opinião é válida: “As
pessoas começaram a achar que podem ter opinião antes de ter qualquer
autoridade”.
Por fim, disse que um dos maiores erros que podemos cometer é o de se
lamentar. “Não adianta pensar no mundo como era ou deveria ser, só tenho o
mundo real à frente, portanto tenho que trabalhar com o mundo presente, para
evitar a fantasia, esse é o mundo atual”, concluiu.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron (com informações do TCE/RO)
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