Foi encerrado, na tarde da última quarta-feira (10), o evento
Semana da Mulher: Justiça e Equidade, realizado em alusão ao Dia Internacional
da Mulher (8 de março) pela Ecoliga-Rondônia, rede de cooperação e colaboração
entre órgãos públicos. Com mais de mil visualizações no total, a programação
foi totalmente transmitida pelo canal da Escola da Magistratura do Estado (Emeron)
no YouTube (youtube.com/EscolaEmeron), onde continuará disponível para
visualização.
De forma a promover a acessibilidade, as lives
contaram com tradução em Libras, por intérpretes de
língua de sinais da Universidade de Rondônia (Unir), além de audiodescrição dos
painelistas. O último dia do evento teve abertura realizada pela psicóloga do
Tribunal de Justiça de Rondônia Mariângela Onofre, lotada no Juizado de
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da comarca de Porto Velho,
representando o juiz auxiliar da Presidência do TJRO e titular do juizado,
Álvaro Ferro. “O TJRO é uma instituição que há vários anos tem uma participação
bastante ativa e atuante nas lutas relacionadas à conquista e à garantia de
direitos especialmente das mulheres e das populações trans”, afirmou Mariângela,
que a seguir pontuou várias ações do tribunal nesse sentido.
O primeiro painel da tarde, intitulado “Desafios contemporâneos da
mulher no trabalho”, reuniu a procuradora do trabalho Marina Tramonte,
representando o vice procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da
14ª Região (Rondônia e Acre) do Ministério Público do Trabalho, Carlos Alberto
Lopes, e coordenadora regional da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente e do
Trabalho; e Maiara Ferreira, psicóloga da Seção Judiciária de Rondônia do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mediadas por Ronaldo Moura, coordenador
do Núcleo Socioambiental do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia. Marina iniciou
falando sobre o assédio moral: “Dentro do Direito, é conceituado de duas formas
principais, o intersubjetivo (interpessoal) e o organizacional, quando o assédio
da gestão contamina o ambiente”.
As facilitadoras falaram também sobre o assédio sexual. “Precisamos
lembrar que isso é uma violência e passam inúmeros sentimentos pela cabeça da
pessoa assediada, de menosprezo”, disse Maiara. “Dentro de um ambiente de
trabalho, existem duas modalidades de assédio sexual: aquele clássico por
chantagem, feito com hierarquia, e o ambiental ou por intimidação, quando o ambiente
de trabalho é cheio de piadinhas sexuais, constrangimentos e outros atos difusos
que criam um ambiente hostil, havendo a necessidade de denúncia e intervenção”,
complementou Marina.
O segundo painel, “Feminismo e deficiência”, foi composto pela
defensora Flávia Albaine, da Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE-RO),
e Érica Kurihara, engenheira florestal da Eletrobrás Eletronorte, com mediação
de Maiara Moraes, coordenadora de Acessibilidade, Inclusão e Gestão
Socioambiental do TJRO. Érica começou contando sua experiência enquanto mulher
com deficiência e sobre a autoestima feminina. “Como eu já tive essa vivência e
essa construção da autoestima, juntamente com os estudos, sinto que posso
ajudar muitas mulheres a fortalecer e conquistar a autoconfiança”, pontuou a
engenheira, que está finalizando um curso na área de relacionamento e
sexualidade para trabalhar com a autoestima de mulheres com deficiência física
e já dá palestras para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Flávia também já se dedica há alguns anos à inclusão social da pessoa
com deficiência e, entre suas temáticas de estudo, estão os estudos feministas
da deficiência, que, segundo ela, vêm fazendo uma crítica ao atual modelo de
deficiência previsto na Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e que considera como fatores
as características pessoais do indivíduo e as barreiras sociais do grupo onde
está inserido. “As críticas feministas querem uma releitura desse modelo
social, com três ideias principais: analisar melhor essa relação de interdependência,
muito focada atualmente apenas nas barreiras, tendo um olhar mais acolhedor; dar
voz à questão das cuidadoras das pessoas com deficiência, que na maioria são
mulheres; e a interseccionalidade, analisando a deficiência dentro de um
contexto maior, com outros fatores como gênero, classe social, local geográfico
etc.”, concluiu Flávia.
O último painel da programação teve a participação de Ariel
Rodrigues, servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, com o tema “Diálogos
para 2030: Igualdade e equidade para o desenvolvimento sustentável”, mediado por
Neuma Oliveira, assessora de comunicação da Emeron. Partindo da Agenda 2030
proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), Ariel fez uma apresentação
sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que compõem o Pacto
Global da entidade, do qual a Emeron é signatária. “Esse instrumento pode
tensionar os debates e equacionar as questões de gênero, reconhecendo os
avanços até aqui e onde ainda precisamos concentrar os esforços para avançar de
modo bastante sistêmico”, disse.
O servidor destacou aqueles ODS que têm maior relação com a
equidade de gênero: 1- Erradicação da pobreza; 5- Igualdade de gênero; 8-
Trabalho decente e crescimento econômico; e 10- Redução das desigualdades. “Uma
das grandes diferenças da Agenda 2030 é a forma de construção, com os 193
países signatários trazendo a opinião e realidade de cada país, e a abertura
para fazer adaptações das metas e parâmetros para que de fato se alcance os
objetivos”, completou Neuma.
Ecoliga-RO
Criada em 2017, a Ecoliga-Rondônia visa compartilhar boas práticas
sobre ações organizacionais voltadas para a sustentabilidade, entre as quais
compras compartilhadas, logística, destinação adequada de resíduos e ações de
capacitação. Atualmente, é composta pelo TJRO, Emeron, TRT14, Tribunal de
Contas do Estado de Rondônia, Ministério Público do Estado, Procuradoria da
República em Rondônia, Procuradoria Regional do Trabalho de Rondônia e Acre,
Tribunal Regional Eleitoral, Fundação Universidade Federal de Rondônia,
Defensoria Pública da União e Seção Judiciária de Rondônia do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região.
Próximo evento
Em continuidade às ações pelo Mês Nacional da História da Mulher, nas
duas próximas segundas-feiras (15 e 22) a Emeron promoverá o fórum Mulheres em
Luta: Caminhos para a equidade. O evento também faz alusão ao Dia da Escola
(15) e ao Dia Internacional contra a Discriminação Racial (21), que possuem
relação direta com a luta pela equidade de gênero. No dia 15, o primeiro painel
discutirá “Educação: Caminho de igualdade para as mulheres”, promovendo o
debate a respeito da disparidade de acesso de meninas e mulheres cis e trans à
educação formal e de direitos e os impactos dessa desigualdade na sociedade.
Participam como ministrantes Alessia Moura, psicóloga e pesquisadora na área de
educação, psicologia e gênero; Ludmila Soares, acadêmica de Enfermagem e
Presidente da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde Sexual de Rondônia; e Rosa
Maria Ferreira de Almeida, doutora em Enfermagem, especialista em Educação na Saúde
e professora de graduação. As inscrições, para certificação, serão realizadas
durante as transmissões. Todos os painéis serão transmitidos ao vivo, com
disponibilização posterior, no canal
da Emeron no YouTube.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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