Na última segunda-feira (22), à noite, foi concluído o fórum
Mulheres em Luta: Caminhos para a Equidade, promovido pela Escola da Magistratura
do Estado de Rondônia (Emeron), com apoio da Associação Filhas do Boto Nunca
Mais (FBNM). Iniciado na semana passada, o evento também marcou a aula magna da
Especialização em Direito para a Carreira da Magistratura (EDCM), curso
oferecido pela Emeron.
Além de dar continuidade às comemorações pelo Mês da Mulher e o Dia
Internacional de Luta das Mulheres (8 de março), a segunda parte do fórum foi
alusiva ao Dia Internacional contra a Discriminação Racial (21) e a Semana de
Solidariedade com os Povos em Luta contra o Racismo e a Discriminação Racial. Com
mais de 800 visualizações no total, o evento foi transmitido ao vivo e está
disponível, na íntegra, no canal da Escola no YouTube.
Novamente mediada pelo jornalista Gustavo Sanfelici,
servidor da Assessoria de Comunicação da Emeron, a live contou com o painel “Mulheres
em Cores: Experiência raciais”. Participaram como ministrantes a psicóloga Brenda
Moraes e a tecnóloga em Segurança do Trabalho Hana Lopes, respectivamente membra
do Núcleo de Questões Étnico-raciais e conselheira fiscal da Associação FBNM
(que atua junto a mulheres em situação de vulnerabilidade, como violência
doméstica e violência sexual infantil), além da pedagoga Delmara Mura, educadora
popular e coordenadora do projeto Escola Popular de Formação Política: A remada
continua.
Hana deu início às falas, abordando assuntos como colorismo e
mercado de trabalho para a mulher negra. “Sou uma mulher negra de pele clara e
isso é muito interessante porque, como filha de uma mãe branca e um pai negro,
o nosso pertencimento na sociedade é um pouco apagado, a gente não sabe
exatamente onde está, se somos negros ou se somos brancos”, disse. Ela contou sua
experiência pessoal e como sua consciência racial só veio depois de adulta e de
enfrentar muito racismo: “Esse racismo é estrutural e está em todos os cantos
da nossa sociedade, então me aceitarem com o meu cabelo natural era um grande
problema”.
A seguir, Brenda tratou do mito social e preterimento da mulher
negra, além da saúde mental, e destacou a importância de se debater esses assuntos:
“O quanto é importante ocuparmos todos os espaços, para que cada vez mais nós
possamos falar e fazer sempre com que a nossa voz ecoe”. Segundo a psicóloga,
as crianças negras não são acolhidas, na maioria das vezes sofrendo racismo na
escola, e não têm representatividade. “Isso gera adultos negros com saúde
mental adoecida, porque estão sempre buscando um padrão que não é seu”, afirmou
Brenda.
Delmara, que tem pós-graduação em
História e Cultura Afro-brasileira e Africana, falou sobre seu processo de autoafirmação
indígena Mura. Natural de Novo Aripuanã (AM), ao atuar como educadora no
distrito de Calama, região do baixo rio Madeira, pontuou que conheceu o
coletivo Mura no trajeto pelo rio e se identificou muito, passando a resgatar
as referências indígenas na família. “Quando me mudei para a cidade com meus
pais, em Porto Velho, era bem nítida essa questão do preconceito e os estereótipos
indígenas dentro da escola, mesmo eu ainda não tendo a minha afirmação indígena,
o que até hoje é inferiorizado demais”, frisou. Após as falas, as palestrantes
responderam às perguntas do público, durante a segunda metade da live.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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