Ao longo das últimas semanas, duas magistradas e três servidoras do
Tribunal de Justiça de Rondônia defenderam suas dissertações no mestrado
profissional interdisciplinar em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça
(DHJUS), curso oferecido pela Universidade Federal de Rondônia (Unir) em
parceria com a Escola da Magistratura do Estado (Emeron). O novo ciclo de
defesas da terceira turma do programa de pós-graduação stricto sensu foi
todo realizado de forma online, pela plataforma Google Meet.
Na quarta-feira (14), a assistente social Valdênia Guimarães, chefe
da Seção de Atendimento Psicossocial no TJRO, defendeu sua dissertação
intitulada “Análise da Eficácia das Oficinas de Parentalidade e Divórcio nas
Varas de Família de Porto Velho”. Orientada pela professora doutora Thais
Maganhini, a servidora abordou o programa educacional interdisciplinar das
Oficinas de Parentalidade, direcionado às famílias que enfrentam conflitos
relacionados ao exercício da parentalidade dissociada da conjugalidade, com o
intuito de pacificar relações e auxiliar o casal em vias de separação a criar
uma efetiva e saudável relação parental junto aos filhos ou filhas. “A pesquisa
tem como foco investigar a execução das Oficinas nas Varas de Família e
averiguar se a participação das partes permite um maior número de acordos no
âmbito da Conciliação e da Mediação”, diz Valdênia.
No dia 5 de abril, foi a vez da juíza Valdirene Clementele passar pela
banca de defesa. Com o título “Regularização Fundiária e o Direito Humano à Moradia
em Pimenta Bueno/RO”, sob orientação do professor doutor Ricardo Gilson da
Costa, a dissertação da magistrada teve como tema a implementação do direito à
moradia em áreas envolvendo ocupações irregulares. “Com os conceitos de cidade
e sua evolução, objetiva-se traçar diretrizes que permitam visualizar uma
interação entre o direito à cidade e o direito à moradia com os direitos
humanos, pelo que é imperativo que cidades devem buscar garantir a oferta de
moradias com condições de habitabilidade a todas as camadas sociais”, afirma
Valdirene.
Anteriormente, no dia 1º deste mês, a psicóloga Isabela Paludo, lotada
na Coordenação do Serviço de Apoio Psicossocial às Varas de Família da Comarca
de Porto Velho, defendeu seu trabalho “Do Judiciário às Escolas: Programa de
Mediação Escolar para o Tribunal de Justiça de Rondônia”. Também orientada pela
professora Thais Maganhini, a servidora apresenta a Mediação enquanto forma
diferenciada de lidar com os conflitos, transpondo as paredes do Judiciário
para auxiliar na construção de uma cultura de paz. “Para tal projeto, a Emeron é
uma opção para a adoção de métodos de resolução de conflitos baseados em
autonomia e emancipação e, como objetivo geral, buscou-se elaborar uma proposta
de programa de Mediação Escolar para o TJRO”, pontua Isabela, que levantou os
projetos existentes nos Tribunais de Justiça de todo o Brasil, com estudo de
dois casos que possuem a prática estabelecida: Amapá e Distrito Federal e
Territórios.
Em março, aconteceram outras três defesas. No dia 16, a juíza Maxulene
Freitas, da 2ª Vara Cível da Comarca de Jaru, defendeu a dissertação “Justiça
Restaurativa como Metodologia para a Pacificação Social e Humanização das Relações
no Âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia”. Sob orientação da
professora doutora Aparecida Zuin, o trabalho teve por objetivo conduzir à
reflexão sobre a Justiça Restaurativa como metodologia eficaz no campo da
responsabilidade transformativa, operando a restauração pacífica das relações
sociais e promovendo a realização do valor justiça. “A utilização desta
metodologia como forma de solução de conflitos e de pacificação social é o
melhor caminho para a democracia, a fim de ampliar e dar maior efetividade ao
acesso à Justiça”, explica a magistrada.
No último dia 25, a técnica judiciária Keite Crisóstomo Bezerra,
que atua na Coordenadoria Cível da Central de Processos Eletrônicos (CPE) de
Segundo Grau, defendeu a pesquisa intitulada “Olhem por Nós: População Residente
em Instituições de Longa Permanência para Idosos no Estado de Rondônia”.
Orientada pela professora doutora Carolina Watanabe, a servidora abordou o
papel social e relevância das instituições para pessoas idosas. Keite mapeou essas
instituições no estado e identificou o perfil dos institucionalizados, bem como
as possíveis causas determinantes para institucionalização, adotando como base
a Teoria Econômico-Política do Envelhecimento. “Foi possível ponderar a
existência de um quadro de descarte e invisibilidade social das pessoas
institucionalizadas em Rondônia, bem como que a criação de uma rede de
assistência e atenção à pessoa idosa de acordo com as suas necessidades é
urgente”, conclui a servidora.
Por fim, no dia 29, a procuradora da República Gisele Bleggi Cunha,
titular do 6º Ofício da Procuradoria da República em Rondônia, defendeu sua
dissertação “UHE Tabajara: Falhas no EIA/RIMA e Violações aos Direitos Humanos das
Populações Locais”, em que pesquisou, orientada pelo professor Ricardo Gilson, o
caso do projeto da usina hidrelétrica Tabajara, em Machadinho d’Oeste, e o processo
de licenciamento ambiental (EIA/RIMA) do empreendimento, que segundo ela
revelou sérias incongruências e desrespeito ao ordenamento jurídico ambiental. A
banca de avaliação da procuradora, assim como a da magistrada Valdirene
Clementele, foi transmitida pelo canal do grupo de pesquisa em Gestão do
Território e Geografia Agrária da Amazônia (GTGA) no YouTube,
onde estão disponíveis para visualização.
A próxima defesa prevista pelo DHJUS, marcada para o próximo dia 29
de abril, às 9h, será da defensora pública estadual Flávia Albaine Farias, com
transmissão pelo YouTube do canal Juntos pela
Inclusão Social, projeto que é tema de seu trabalho, orientado pela
professora Aparecida Zuin.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emeron
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