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Setembro Amarelo: A Divisão de Saúde traz à tona a história e as recomendações da campanha

O texto produzido pela Disau informa e orienta

08/09/2021 10:54


Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização da população sobre o tema do suicídio, e seu objetivo é esclarecer sobre a prevenção e dar visibilidade à causa. 

A origem desse movimento, começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68, que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.  Infelizmente, em 1994, Mike, com apenas 17 anos, cometeu suicídio, sem que a família e nem mesmo seus amigos, percebessem os sinais de que ele pretendesse tirar sua própria vida.

No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções expandindo-se pelo país. Assim, diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas e a fita amarela foi escolhida como símbolo do programa. 

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, e o amarelo, do Mustang de Mike, foi a cor escolhida para representar essa campanha. Em 2015, o Brasil também entrou neste movimento, sendo o projeto inicial um trabalho conjunto do CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). 

No mundo, mais de 1 milhão de suicídios são registrados anualmente, estando dentre as três principais causas de morte de indivíduos entre 15 e 29 anos.  No Brasil, a média gira em torno de 12 mil vidas perdidas, e é o país onde as taxas de mortalidade mais crescem. Em cerca de 96,8% dos casos há relação direta com transtornos psiquiátricos, sendo os mais frequentes a depressão, o transtorno bipolar e a esquizofrenia.  Casos de abuso de substâncias e álcool também merecem atenção. Quanto mais comorbidades mais risco a pessoa corre. Fatores como: abuso sexual, doenças incapacitantes, isolamento social, suicídio na família, dentre outros, também são significativos.

A tentativa de suicídio pode acontecer dentre pessoas de qualquer faixa etária, gênero ou classe social e, ainda que o fenômeno seja menor dentre menores de 14 anos, ele também ocorre e tem aumentado no Brasil. Entretanto, muitos casos são subnotificados e acabam sendo considerados acidentes, de forma que é difícil mapear a situação. Dentre os idosos, estudos indicam que o grupo acima de 65 anos corre maior risco, devido a sentimentos de incapacidade, sentimento de solidão, falta de perspectiva de futuro, etc..

Esses números mostram a importância do tratamento psicológico e da promoção da saúde mental para a população, visto que muitas doenças e sofrimentos mentais e emocionais podem ser tratados com um acompanhamento adequado.

Em sua definição o suicídio é considerado um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional. Fazem parte do comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio. Esses comportamentos são decorrentes de uma gama complexa de fatores psicológicos, sociais, culturais, biológicos e ambientais e, portanto, não devem ser considerados e tratados de forma simplista e casual. 

Diversos fatores interferem para a detecção precoce e, consequentemente, sua prevenção. Dentre estes estão o estigma e o tabu. Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais, este ato foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles, e é por isso que ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública. Milhares são os casos de pessoas que possuem pensamentos suicidas, mas sentem-se envergonhadas, excluídas ou discriminadas e, por isso, se calam.

O tabu, assim como a dificuldade em buscar ajuda, a falta de conhecimento e de atenção sobre o assunto por parte dos profissionais de saúde e a ideia errônea de que o comportamento suicida não é um evento frequente, trazem barreiras para a prevenção, a qual deve considerar cada indivíduo, com toda sua complexidade. 


Como identificar alguém que precisa de ajuda?


Falar sobre o assunto é sempre a melhor opção, porém a maioria das pessoas não costuma compartilhar esse tipo de sentimento. Entretanto, existem alguns sinais de alerta que podem salvar a vida de uma pessoa, dentre eles podemos destacar:


  • Quando perceber que uma pessoa demonstra desinteresse por coisas que gostava anteriormente;

  • Apresentar comportamento retraído, com dificuldades de se relacionar com amigos e familiares;

  • Remoer pensamentos de forma obsessiva e sem conseguir parar;

  • Desesperança, solidão, impotência e falta de significado na vida;

  • Irritabilidade, pessimismo e apatia;

  • Alterações extremas de humor, como excesso de raiva, vingança, ansiedade, irritabilidade, pessimismo, apatia e sentimentos intensos de culpa ou vergonha;

  • Ter casos de doenças psiquiátricas como: transtornos mentais, de comportamento, personalidade, de humor etc.;

  • Falar sobre morte ou suicídio, querer concluir afazeres pessoais e profissionais, doar pertences, visitar vários entes queridos de uma só vez, escrever um testamento, escrever cartas de despedida;

  • Dentre outros.


Como ajudar uma pessoa sob risco de suicídio?


É importante identificar os sinais e não tratar as lamentações da pessoa como “drama” ou “exageros”. O contato inicial é muito importante, mas deve ser feito de forma adequada, e dentre as principais ações podemos destacar:

  • Falar de forma carinhosa e sem julgamentos, ouvir com atenção e se mostrar interessado com a conversa,

  • Falar sobre o assunto, sem medos e tabus;

  • Ter empatia, paciência e demonstrar preocupação, cuidado e afeto;

  • Conversar com amigos e familiares da pessoa e se manter ao lado dela para ajuda e apoio;

  • Procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a importância deles;

  • Não esperar a pessoa dizer que quer se matar para buscar ajuda. É preciso estar atento aos sinais de alerta e levar a situação a sério.


Nossa dica para você, caso esteja passando por um momento difícil e percebendo que não consegue lidar com suas angústias sozinho, é que busque ajuda. O apoio profissional é muito importante para superar uma fase difícil ou receber o diagnóstico correto para um tratamento efetivo. Por mais complicada que seja a situação há sempre uma saída!



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