“Comecei a escrever, compulsivamente,
quando passei por uma crise depressiva, aos 19 anos. A leitura e,
principalmente, a escrita, naquele momento, tornou-se terapêutica. Eu pensava
em morrer, superei a situação por ter tido muitas âncoras a me apoiar e
sobrevivi para contar muitas histórias”, são com essas palavras que o servidor
Abel Sidney de Souza rememora sua permanente relação com a escrita. Esta narrativa encerra a Série de matérias Servidor-escritor.
A aprendizagem da leitura foi realizada por uma tia que à época era
recém-formada em Magistério. Aos 9 anos já tinha lido uma enciclopédia de
estudantes inteira e daí não parou mais.
Em 1976 a família mudou-se para o antigo Território Federal de Rondônia. Abel, com 55 anos de idade, sente-se rondoniense, pois aqui nasceram seus cinco filhos.
Aos 9 anos de idade Abel já tinha lido uma enciclopédia de estudantes inteira
Dono de 30 narrativas criadas e aplicadas em sala de aula por meio de um programa de leitura Livro-Carta-Mural, de sua autoria, carrega no currículo 5 livros impressos como o Esboço da obra-da-vida-inteira (2003/Edufro), que apresenta contos, poemas e duas narrativas infantis; A casa de Dona Dodó (2005/Temática), conteúdo em formato de conto voltado ao público infanto-juvenil; Lições de um suicida: um estudo do clássico Memórias de um Suicida (2005/Editora Allan Kardec), obra que apresenta um estudo sobre o suicídio na ótica espírita; O mistério da cabana (2011/FEB), conto infanto-juvenil; Conto ou não conto?! (2014/Temática) conto destinado ao segmento infantil.
Abel é dono de 30 narrativas e carrega no currículo 5 livros impressos
Abel avalia o ato de observação como fundamental para a motivação da escrita. “Como observador da realidade cotidiana são muitos os meus interesses. Daí os motivos são os mais vastos. O modo de abordar é que muda conforme o tema. Tenho poema sobre o problema do lixo, conto sobre um pracinha (ex-combatente) que volta da Itália com o espinho da culpa no coração; crônicas sobre o rico patrimônio histórico e cultural de Rondônia”, diz.
"Vou descobrindo, emocionado, o que a história vai revelando”
Ele reforça ainda que “uma palavra solta, uma frase, a leitura de livros, uma entrevista, tudo pode inspirar. Depois do “clique” tenho que correr e anotar ou já produzir o escrito – um poema, um conto, uma crônica. Por vezes, o título da história chega antes do próprio enredo, que eu, aliás, vou descobrindo à medida que escrevo. Raramente planejo antecipadamente o roteiro. Vou descobrindo, emocionado, o que a história vai revelando”, acrescenta.
A leitura e, principalmente, a escrita, tornaram-se atividades terapêuticas para ele.
“Os mais recorrentes dos gêneros que escrevo são crônicas, contos e
poemas. Mas escrevo também material literário-pedagógico conforme o gênero
livro-carta. O mais comum são mesmo os poemas que publico semanalmente na minha
página no Facebook. Estou, na verdade, retomando a minha vida autoral, pois nos
últimos quatro anos estive ocupado publicando livros alheios por meio da nossa
editora. Já passam de 70 livros”, destaca.
Durante a trajetória de escritor Abel afirma ter se deparado com uma
situação que considera inusitada. “O fato de os leitores desejarem saber se o
que escrevemos é mesmo inspirado em “fatos reais” gera situações curiosas”,
afirma. Ele nos conta uma situação surreal. “Em 2008, produzi quatro narrativas
no gênero livro-carta para auxiliar na formação dos alunos do Senac-RO; era para
a turma composta por empregadas domésticas e zeladoras de edifícios. Então
criamos a narrativa “Dulce, quase sempre uma doce pessoa”. Uma das alunas levou
a sério e saiu em busca do escritório da Dulce, que se localizaria na rua
União, no bairro Mariana, em Porto Velho, próximo à unidade onde ela estava
fazendo o curso. No dia do encerramento, uma das alunas, emocionada, tomou o
microfone e disse que elas tinham descoberto que a Dulce eram elas mesmas”,
relatou.
No ofício da escritura Abel tem produções que estão em andamento como o primeiro romance, já iniciado, que trata sobre Stede Bonett (ou Capitão Thomas), o pirata cavalheiro, o que tinha uma biblioteca a bordo do seu navio. É um personagem real, nascido em Barbados, no Caribe. Por conta disso, ele viajará pelo tempo e ancorará o seu navio na Cachoeira do Teotônio, em Rondônia. Outro trabalho é a sequência do livro A Casa de Dona Dodó (livro que será lançado, em língua inglesa também, brevemente), que vai se chamar Dodó e os piratas: uma aventura no túnel do tempo.
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