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Disau faz alerta sobre Síndrome de Burnout

Artigo traz informações sobre saúde mental

14/10/2019 11:48

No mês em que se comemorada o dia mundial de saúde mental, a Divisão de Saúde do Tribunal de Justiça alerta sobre doenças relacionadas ao equilíbrio emocional. Neste artigo, a psicóloga da Disau Sônia Pavliuk Machado traz informações sobre a síndrome de Burnout, seu sintomas e tratamento. 


Você já ouviu falar em SINDROME DE BURNOUT?


O termo Burnout, vem da expressão to burn out , da língua inglesa, sendo definido como “aquilo que deixou de funcionar por completa falta de energia”. Trata-se de um estado de sofrimento psicológico, resultante de um processo iniciado por excessivos e prolongados níveis de estresse (tensão) no trabalho. Para ser caracterizada como tal, é necessário apresentar três variáveis : a Exaustão Emocional, que se configura na sensação de esgotamento físico e mental, onde o indivíduo se sente totalmente sem energia; a Despersonalização, o indivíduo passa a manter-se frio e impessoal em seus contatos com colegas ou usuários de seus serviços e a Diminuição da Realização Pessoal, caracterizada pelo sentimento de insatisfação diante das atividades laborais realizadas, falta de motivação, sentimento de insuficiência e auto avaliação negativa.

O Burnout é causado pelo desequilíbrio entre o homem e seu trabalho Os seis pontos que juntos ou isoladamente, vão minando a energia do individuo são: o excesso de trabalho; a falta de controle; a remuneração insuficiente; a falta de união; a falta de equidade no local de trabalho; e os conflitos de valores. O excesso de trabalho é a indicação mais evidente do desequilíbrio entre o individuo e seu trabalho. As organizações vêm exigindo do trabalhador muito além do que ele é capaz dar. Este tem que fazer muito, em menos tempo e com menos recursos. O ritmo acelerado traz sérios prejuízos para o individuo e seu relacionamento com colegas, acarretamento o desgaste físico e mental.

A falta de controle sobre o próprio trabalho é outro fator gerador de desequilíbrio, uma vez que pessoas tendem a querer tomar decisões e fazer escolhas, exercitando sua capacidade de pensar e resolver problemas, tornando-se assim efetivamente participantes do processo de construção e criação. Desta forma, monitoramento rigoroso e politicas rígidas e cerceadoras, reprimem este potencial criativo, gerando desconforto e trazendo sofrimento psíquico e emocional. Entende-se como remuneração insuficiente não só a remuneração extrínseca, mas também a intrínseca, ou seja, pessoas almejam receber o justo pelo seu trabalho, esperando que este lhe traga dinheiro, prestígio e segurança. Mas, além disso, esperam que este traga também o reconhecimento por sua dedicação e competência, tanto por parte dos colegas como da instituição. Quando não existe esta recompensa extrínseca ou intrínseca, o trabalho passa a ser fonte de insatisfação. A falta de união é resultado da própria dinâmica do mercado atual, onde se perdeu a segurança no trabalho, e o lucro excessivo e de curto prazo, substituiu a consideração entre as pessoas, fragmentando assim o trabalho em equipe e as relações pessoais. A falta do sentimento de pertencimento provoca ao longo do tempo a desconfiança e o isolamento.

A falta de equidade no local de trabalho acontece quando os indivíduos acreditam que não estão sendo tratados com justiça. Para que um local de trabalho seja considerado justo, é necessário que reúna três elementos: confiança, respeito e franqueza. Neste contexto as pessoas confiam umas nas outras para desenvolver projetos comuns, para comunicar-se abertamente e para respeitar-se. Uma Instituição age com equidade quando reconhece e valoriza o individuo por seu trabalho. Este por sua vez, renova seu compromisso com o trabalho.

O conflito de valores é fruto da discrepância entre os valores pessoais e os da administração. Atualmente, os valores institucionais estão basicamente voltados para o lucro, enquanto os indivíduos ainda carregam valores baseados na importância social de seu trabalho. As pessoas acometidas pela Sindrome podem apresentar uma série de sintomas fisicos, comportamentais, psiquícos e defensivos, isto não significa dizer, no entanto, que apresente necessariamente todos eles.


Físicos: Fadigas constante e progressiva; Distúrbios do sono; Dores musculares ou osteomusculares;Cefaleia; enxaquecas; Disfunções sexuais; Perturbações gastrointestinais; Imunodeficiências; Distúrbios do sistema respiratório; Alterações menstruais em mulheres; Transtornos cardiovasculares;

Comportamentais: Negligência ou excesso de escrúpulo; Irritabilidade; Incremento da agressividade; Incapacidade de relaxar; Perda de iniciativa; Aumento do consumo de substâncias; Comportamento de alto risco ; Suicídio

Psíquicos: Falta de concentração; Depressão; Alterações de memória; Paranoia; Lentidão do pensamento; Desconfiança; Sentimento de alienação; Sentimento de solidão; Desânimo; Impaciência; Sentimento de insuficiência; Baixa autoestima; Astenia; Labilidade emocional; Dificuldade de auto aceitação;

Defensivos: Tendência ao isolamento; Absenteísmo; Cinismo; Ironia; Sentimento de onipotência; Perda de interesse pelo trabalho (ou até pelo lazer).É importante salientar que a Síndrome de Burnout não afeta apenas o profissional, mas traz grandes prejuízos à instituição, ao trabalho, aos usuários do serviço e à sociedade como um todo.

Para a organização :Há uma queda na qualidade e quantidade de trabalho, devido à falta de comprometimento e interesse, por parte do(s) indivíduo (s) adoecido (s), trazendo prejuízos a imagem da empresa. Absenteísmo e rotatividade de funcionários, também acarretam o aumento de gastos financeiros por parte da organização.

Para o trabalho : Há uma diminuição na qualidade do trabalho, devido ao mau atendimento, imprudência, atendimento inadequado ou negligência. Há ainda, um aumento na predisposição para acidentes de trabalho.

Para o cliente: O cliente deixa de receber o serviço/atendimento pelo qual buscou e com a qualidade pretendida.

A prevenção e intervenção da Burnout perpassam pelo investimento da instituição na superação do desequilíbrio entre o trabalho e individuo, focando nas seis áreas geradoras deste desequilíbrio. Considerando que nem sempre é possível este investimento nas seis áreas concomitantemente, se faz necessário eleger uma ou mais para a intervenção. O critério para esta escolha recai em dois indicadores: aquele que está trazendo mais prejuízo ou aquele que tem mais chance de levar a mudança.

De qualquer a maneira a informação é a primeira ação a ser tomada. O conhecimento dos sintomas, agentes gatilhos e mediadores, permite aos profissionais da área de saúde laboral adotar ações preventivas ou propor medidas que possam reverter o quadro quando a Síndrome já está instalada. Possibilita ainda, que os trabalhadores se auto avaliem, procurando minimizar ou eliminar os agentes estressores, buscando estabelecer condições saudáveis de trabalho e do ambiente laboral.

No plano individual, o primeiro passo é identificar os elementos que provocam o estresse e reconhecer estratégias de enfrentamento que possam ser adotadas. O autoconhecimento favorece esta percepção e o empoderamento. Diversas ações podem contribuir para busca do equilíbrio: adotar hábitos de vida saudáveis; usar o tempo livre com atividades que deem prazer e nunca com mais trabalho; dizer NÃO quando necessário, aprendendo a respeitar os próprios limites; aprender a administrar o tempo; organizar o ambiente a volta para que este traga a sensação de bem-estar e conforto; valorizar a comunicação e os relacionamentos interpessoais; aprender a neutralizar os agentes estressores e quando isto não for possível permitir-se afastar-se da situação; investir em psicoterapia e aprender técnicas de relaxamento.



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