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24/09/2014 16:49

Espetáculo que inaugura Teatro Estadual foi montado a partir de documentos do Centro de Documentação Histórica do TJRO

 aluá


O grupo “O Imaginário” põe em evidência as mulheres marginalizadas do passado de PVH

O espetáculo “Mulheres de Aluá”, montado a partir de processos judiciais disponíveis no Centro de Documentação Histórica do TJRO (CDH) foi a peça escolhida para estrear o novo auditório do teatro estadual Palácio das Artes, nesta quinta-feira (25). Serão duas apresentações em horários diferentes. Uma às 20h para convidados, e outra às 21h30 para o público em geral.

A peça foi baseada em dados pesquisados junto ao CDH, com a ajuda da diretora do centro Nilza Menezes que separou processos de mulheres de diferentes épocas, rés em processos arquivados a partir de 1912 correspondentes às comarcas de Santo Antônio e Porto Velho. “Fico muito feliz que um trabalhotão importante tenha atingido o feito de inaugurar o teatro, e que nós participamos dessa conquista”, diz. A diretora ainda foi responsável pela paleografia (tradução) dos documentos antigos.

Para a historiadora Nilza, os documentos históricos do Judiciário são importantes para as várias formas de pesquisa, tais como os processos migratórios, relações de poder, entre outras questões identificadas dentro do processo. “É muito bom saber que nossa história está sendo ressignificada por meio da arte”, concluiu.

Dentre as personagens, uma mulher identificada como Josefa, que em 1920 foi acusada de feitiçaria; uma cigana que lia a sorte dos habitantes locais e se envolveu em um crime em 1914, uma prostituta moradora da vila, com histórico de brigas e espancamentos; e uma barbadiana acusada de matar uma comerciante. Além delas, outras histórias de outras mulheres são incorporadas às quatro personagens vividas pelas atrizes Agrael de Jesus, Amanara Brandão, Jaque Luchesi e Zaine Diniz. “Nos colocamos no lugar dessas mulheres. Procuramos, por meio das emoções, reconstituir suas angústias, suas vivências. Para nós está sendo muito enriquecedor resgatar esses episódios de seres humanos marginalizados pela sociedade”, diz Zaine.

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O grupo “O Imaginário” encomendou o texto para o dramaturgo Euler Lopes Teles. Mas o espetáculo vai além do script, conforme explica o diretor Chicão Santos, que busca na encenação elementos regionais, como o ritual da feitura do aluá, bebida derivada do milho de forte influência indígena.

Outro aspecto significativo é a trilha utilizada que alude aos costumes e mitos ribeirinhos. Alguns objetos cênicos também causam impacto, pois concentram em sua significação toda a violência representada por essas personagens. “Nós queremos provocar o público para refletir, por meio dos crimes teatralizado na peça, toda uma conjuntura social e a condição da mulher nesse contexto”, destaca Chicão Santos.

Assessoria de Comunicação Institucional

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