Uma parceria entre o Poder Judiciário de Rondônia e o Exército Brasileiro (EB), por meio da “Justiça Rápida Itinerante e Operação Cidadã”, resultou no atendimento de mais de 300 pessoas no distrito de Surpresa -RO, região localizada a aproximadamente 250 km da sede da comarca de Guajará-Mirim (RO). Para chegar até a comunidade, foram necessários percorrer cerca de seis horas de barco ao longo do rio Guaporé.

O Judiciário levou uma equipe composta por dois magistrados, oficiais de justiça, técnicos judiciários, psicólogo e assistente social. O Ministério Público Estadual, a Defensoria Pública, a Secretaria de Segurança Pública, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Cartório de Registro Civil também estiveram representados. A parte logística (deslocamentos e estrutura) da Operação ficou a cargo do Exército - 6º BIS – sob o comando do Comandante Cel. Reginaldo Vieira de Abreu. Eles também disponibilizaram médico, dentista, enfermeiro e farmacêutico, além de distribuírem medicamentos.

De acordo com a juíza de Direito Juliana Brandão, foram realizadas audiências, com estudo psicossocial preliminar em algumas delas, relativas a registro de nascimento tardio, justificação para reconhecimento de união estável, cobrança, guarda, dentre outras. “A ação foi promovida para levar cidadania aos necessitados que, por circunstâncias financeiras ou pessoais, não conseguem se deslocar até a sede do município de Guajará. Durante as conciliações, um saxofonista da banda do Exército reproduzia músicas clássicas, o que tornava o ambiente mais agradável e menos frio ”.

Juliana Brandão constatou ainda que algumas dificuldades enfrentadas pelas pessoas consistem no custo da viagem, que é considerável, além da demora do deslocamento; ou seja, segundo a juíza, esses fatores que pesam consideravelmente àquelas famílias humildes, carentes e sem assistência. “A comunidade ficou muito satisfeita com a presença dos órgãos públicos, dada a ausência destes na Região. Para nós, foi gratificante cumprir nossas atribuições no que tange à prestação jurisdicional, atribuindo maior humanização ao Judiciário”.

A magistrada, dentre as audiências, destacou, um fato que chamou bastante a atenção de todos da equipe: um menino de oito anos de idade, após tomar conhecimento de que a embarcação chegaria à localidade, passou a estar ansioso para receber a equipe do Judiciário. “Seu maior anseio era a obtenção de sua certidão de nascimento. Tudo o que ele desejava era ter acesso à escola. Apesar de estar com oito anos, nunca tinha estudado, devido à falta de documentação. Seu sonho tão simples e tão grandioso emocionou a todos. O trabalho foi engrandecedor”.

Fotos: guajaranoticias.com.br

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Assessoria de Comunicação Institucional