Congresso Internacional de Mediação e Conciliação promove minicursos

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Quarta, 22 Mai 2019 17:11

Congresso Internacional de Mediação e Conciliação promove minicursos

Em seus dois primeiros dias (20 e 21), o II Congresso Internacional de Mediação e Conciliação – Caminhos para a Construção da Paz, promovido pela Escola da Magistratura de Rondônia (Emeron) em parceria com o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Soluções de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Rondônia, ofereceu minicursos e outras atividades para o público participante. Ao longo dos dois dias, foram realizados quatro minicursos, rodas de conversa e relatos de experiência, além das palestras.

Cong_Med1MC1-4O primeiro minicurso, ministrado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) Roberto Portugal Bacellar no auditório do TJRO, foi sobre a integração de competências no desenvolvimento da inteligência para a solução de conflitos e alcance da paz. Roberto falou de como desenvolver autoconhecimento, exercitando-o de forma a controlar impulsos, não responder ofensas de imediato e assim despolarizar a comunicação, com a prática da tolerância. Segundo ele, o quociente de inteligência (QI) equivale a 20% da habilidade humana, sendo outros fatores responsáveis pelo restante, como o reconhecimento e validação de sentimentos e necessidades, ou a capacidade de lidar com frustrações e de se relacionar com outras pessoas.

O magistrado então tratou do tema da liderança, que para ele é baseada em traços de personalidade (caráter, inteligência), mas que também pode ser construída, com o líder sendo formado no próprio curso da vida ao adequar seu estilo ao contexto. “Você pode ser o líder cooperativamente com o outro”, declarou, citando as bases da administração como elementos importantes: conhecimento, habilidades (comportamentos), atitudes e trabalho em equipe.

Cong_Med1MC2-9Dois outros minicursos trabalharam as questões da mediação familiar, sendo um realizado na Emeron pelo advogado Conrado Paulino da Rosa, que abordou a interdisciplinaridade da mediação em casos de família e sucessões, e o outro ministrado no TJRO por Juan Carlos Vezzulla, formador de mediadores e professores de mediação em vários países. Conrado defendeu que a conciliação trabalha mais o conflito aparente, sendo a mediação mais adequada para investigar o verdadeiro conflito, estimulando por meio do diálogo que os próprios envolvidos possam construir um novo modelo de relação futura.

Vezzulla focou na mediação familiar com filhos, dizendo que, no código de relacionamento com o mundo, é fundamental que comecemos a perceber que há duas tendências na família: “Juntar, quando a criança nasce, para que os pais cuidem dessa criança deve-se produzir uma fusão, protegendo-a ao mesmo tempo em que os faz se sentirem necessários; depois, pelo jogo permanente da vida, vem a fase da separação”. Segundo ele, é nesse momento que mais surgem dificuldades nas famílias, pois é quando se faz necessário tomar consciência da subjetividade dos filhos.

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“O mediador deve saber diferenciar esse filho independente, dando-o real identidade, pois os pais às vezes têm visões diferentes sobre ele, sendo o mediador responsável para que os pais reconheçam as necessidades dos filhos”, afirma o formador. Ele complementa que esse trabalho é importante para que os filhos deixem de ser auxiliares dos pais, o que chama de “filhos-correios”, muito comuns em separações e processos de divórcio: “É quando se envolve os filhos em determinadas situações, para falar mal do outro genitor ou cobrar fidelidade do filho”.

Cong_MedMC4-2No auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), na tarde de ontem (21), ocorreu o minicurso “Roteiro e técnicas de mediação”, que teve como ministrantes Alicia Millan, coordenadora técnica da Comissão de Mediação e Resolução Alternativa de Litígios da Federação Argentina de Conselhos Profissionais de Ciências Econômicas (FACPCE), e Helder Risler, sócio-fundador da Rede Iberolusoamericana de Mediação em Conflitos. Para Alicia, a solução pacífica dos conflitos requer que seja participativa: “São as pessoas que atravessam o conflito para tomar suas próprias decisões, o que circula na mediação é o enorme poder da palavra, devolvendo-a ao cidadão junto com seu direito de decidir”.

A ministrante pontuou que tanto a mediação como a negociação colaborativa e a conciliação contribuem de maneira inequívoca às bases da democracia – segundo ela, um “sistema imperfeito, mas que nos permite gozar de direitos” –, permitindo que se fortaleça e, quanto mais se trabalha com os métodos, mais se difundem suas vantagens e características. “Coexistir em sistemas de vida pacíficos não quer dizer esconder os conflitos, mediadores são uma fonte de comunicação e a ‘conversação’ (do vocábulo ‘Vert’: dar voltas em um tema) é a ferramenta mais poderosa das pessoas, segundo o Massachusetts Institute of Technology (MIT)”, destacou.

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Segundo ela, mediar e negociar são a arte de saber perguntar: “Devo saber o que perguntar e como perguntar isso, pois mais importante do que o que dizemos é como dizemos, e as mesmas perguntas em momentos diferentes da negociação têm efeitos completamente diversos, sejam perguntas exploratórias, para confrontar, circulares, retrospectivas, reflexivas”. Alicia apontou a diferença entre conflito e disputa, sendo o conflito um processo anterior, que pode gerar disputas, aí pertencentes ao ambiente público, de natureza comercial, familiar, ambiental etc. Os ministrantes então trabalharam com os cursistas em grupos, desenvolvendo práticas de mediação.

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Assessoria de Comunicação Institucional

Com informações Emeron

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