Exemplos de concretização da cidadania emocionam servidores e ribeirinhos durante operação da Justiça Itinerante

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Terça, 25 Junho 2019 09:26

Exemplos de concretização da cidadania emocionam servidores e ribeirinhos durante operação da Justiça Itinerante

Thiago Bentes de Oliveira, de 8 anos, foi levado pela mãe Sandra ao barco da Justiça, na localidade de Nazaré, para fazer a identidade. Ela queria a emissão do documento para facilitar a sua busca por atendimento médico ao menino, com suspeita de autismo, mas, ainda, sem diagnóstico, justamente pela dificuldade de acesso da família ribeirinha aos serviços públicos de saúde.

Na primeira tentativa, as servidoras do Tudo Aqui não conseguiram tirar as impressões digitais de Thiago. Ele ficou agitado com o grande movimento e entrou em surto. Nada que impedisse as servidoras de cumprir com a missão de levar de cidadania à população do Baixo Madeira. No dia seguinte, pela manhã, a equipe saiu em diligência para o atendimento. Taís, de 11 anos, a irmãzinha de Thiago, veio buscar a equipe. Ela própria atravessou a Canoa no igarapé para chegar à residência. Do outro lado, Tiago brincava com o motor da voadeira, segundo a mãe ele adora mexer com ferramentas.

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Para fazer a coleta das digitais Sandra e Tais puseram Tiago na rede, deram a ele um celular para que ele ficasse calmo e só então as servidoras Rosane e Marinalda conseguiram completar o procedimento necessário para fazer o documento. "É muito gratificante poder levar cidadania a tantas pessoas que precisam e não conseguem chegar até o local de identificação", disse Rosane Suelen Alencar, que, pela primeira vez, participa da Justiça Rápida Itinerante na Região do Baixo Madeira. "É uma experiência incrível, pois vivenciamos a dimensão que nosso trabalho pode alcançar", completou Marinalda Souza, também servidora da identificação.

Para servidores experientes como Emanuel Barbosa de Oliveira e Kasuelinda Nakashima Vieira, desde o início do projeto pioneiro da Justiça de Rondônia é sempre um desafio a cada ano. "Nos deparamos com situações inusitadas, que precisamos, na hora, tentar encontrar soluções, como buscar uma testemunha em outra localidade, vistoriar uma área e até agendar reuniões", explica Kasue, como é mais conhecida. A escrivã do Barco da Justiça é também a responsável pela logística do barco. Alimentação, limpeza, organização, tudo é fiscalizado pela servidora. O Barco e os serviços são locados pelo Judiciário mediante processo licitatório.

Emanuel coleciona histórias da Justiça Rápida e explica que nas várias edições em que participa vai conhecendo melhor os ribeirinhos e descobrindo pelo atendimento a dinâmica das comunidades. "Em um ano fazemos o reconhecimento da união estável, no outro a paternidade dos filhos, depois a separação e até novos casamentos", conta

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No caso de Francisca Ferreira Braga, também atendida em Nazaré, a certidão de óbito do marido era uma questão de honra e respeito ao falecido. Mesmo depois de 20 anos de sua morte. "Ele faleceu durante uma enchente, não consegui fazer o documento pela dificuldade de acesso. Hoje, graças à juíza, consegui finalmente cumprir com o que é certo", disse agradecida ao abraçar a magistrada que coordena a operação, Fabíola Inocêncio.

A juíza, também, uma veterana da Justiça Rápida, mesmo tendo participado de outras operações, se emociona com casos assim. "Não há como não se sentir tocado com tamanho carinho e reconhecimento. São coisas muito simples que significam muito para a essa população tão carente dos serviços públicos e da presença do Estado", analisou.

Juízes abnegados

Para o desembargador Raduan Miguel, coordenador do Nupemec, Núcleo de Soluções de Conflitos, que abarca a Justiça Itinerante, a abnegação dos magistrados é outro ingrediente para o sucesso do programa, pois, segundo ele, é necessário ter uma visão ampla, voltada ao cumprimento da lei e da garantia dos direitos e à cidadania para realizar Justiça nos mais diversos rincões e nas mais adversas condições. "É um orgulho para nós, do Judiciário Rondoniense, conferirmos de perto o atendimento e a satisfação de centenas de cidadãos tendo seus anseios respondidos", declarou ao visitar o barco na comunidade de Nazaré.

O juiz coordenador da Justiça Rápida Itinerante, Audarzean Santana da Silva, também conferiu de perto o trabalho e se entusiasmou com o impacto do atendimento nas localidades, sobretudo as mais afastadas. "É a presença da Justiça que traz a sensação de direitos assegurados. Os ribeirinhos se sentem valorizados e nós realizados, por fazer a diferença na vida de muitos deles", disse.

Interesse Nacional

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As histórias e metodologia do Judiciário, bem como as dificuldades dos ribeirinhos, se tornaram objeto de interesse do programa "Profissão Repórter", que acompanhou parte da trajetória de 12 dias do barco da Justiça pelo Baixo Madeira.

A equipe da Comunicação do Tribunal de Justiça de Rondônia também registrou toda a operação e deverá editar o material em vídeo para exibir no canal TJRO Notícias no YouTube.

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