Justiça propõe reflexão à sociedade em programação do Mês da Mulher

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Sexta, 03 Março 2017 14:55

Justiça propõe reflexão à sociedade em programação do Mês da Mulher

Justiça propõe reflexão à sociedade em programação do Mês da Mulher

Entre as atividades audiências, exposição,teatro, exibição de filme e debates

Reconhecendo a luta pela igualdade, direito humano muitas vezes negado às mulheres, o Tribunal de Justiça de Rondônia, pelo quarto ano consecutivo, promove o "Mês da Mulher", programação que propõe à sociedade reflexão e conscientização para o cumprimento constitucional do direito da mulher a uma vida digna, sem violência e sobretudo sem preconceitos. Entre as atividades programadas estão exposição fotográfica, exibição de filme, peça de teatro, audiências de crimes contra a mulher, debates e itinerância nas comarcas.

"As atividades propostas contribuem para a formação de uma sociedade melhor instrumentalizada para cumprir a legislação e evitar os abusos que acabam se manifestando em forma de conflitos a serem resolvidos pela Justiça", destacou o presidente do TJRO, Sansão Saldanha.

A programação começa nesta segunda-feira, dia 6 de março, com a Semana da Paz em casa, um esforço do Judiciário para concentrar audiências e julgamentos, em uma atenção especial aos processos relativos à violência doméstica e familiar contra a mulher.

nomeresistenciaTambém nesta segunda, será aberta no edifício-sede do TJRO a exposição fotográfica "O nome da resistência é Mulher", de Marcela Bonfim. Às 9h, no auditório ocorrerá a exibição de um filme, "Vidas Partidas", com debate conduzido pelos profissionais do núcleo psicossocial da Vara da violência doméstica e familiar contra a mulher. A exibição e debate também ocorrem no auditório do Fórum Sandra Nascimento, a partir das 8h.

O Cine Reflexão, como foi batizada a atividade, será ainda realizado ao longo da semana no projeto Abraço e em faculdades da capital. Já a exposição fotográfica ficará no edifício-sede até o dia 10, depois circulará pelas comarcas de Buritis, Jaru e Pimenta Bueno.

A programação inclui a apresentação da peça "A arma da Mulher é a língua" pelo grupo o Imaginário, nos dia 8, 9, 10 e 11, às 20h, no espaço Tapiri, Rua Franklin Tavares, 1353, Pedrinhas. O espetáculo, com entrada gratuita, é baseado nos poemas da poeta e servidora do Poder Judiciário Nilza Menezes.

O Tribunal de Justiça apoia ainda as atividades programadas pelo Sindicato dos Servidores do TJRO, o Sinjur, que promoverá no dia 11 de março, no condomínio Bosques do Madeira na Estada do Santo Antônio (próximo a associação dos magistrados), a 4ª Caminhada da Mulher do Judiciário.

Justiça pela Paz em casa

 A Justiça pela Paz em Casa é uma campanha nacional instituída pelo Supremo Tribunal Federal devido à demanda dos casos de violência contra a mulher nos juizados e varas criminais. O objetivo é de que os magistrados priorizem a realização de audiências, júris, sentenças e despachos das ações de Primeira Instância que envolvam violência contra a mulher, o que proporcionará mais agilidade no processamento das Ações Penais que envolvam a Lei Maria da Penha. Em Rondônia a campanha é conduzida e fiscalizada pela Corregedoria- Geral da Justiça, que divulgará os agendamentos e balanço das audiências.

Exposição fotográfica

A exposição "O nome da resistência é mulher" é um recorte do projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta” - trabalho autoral desenvolvido há mais de quatro anos em Rondônia, a partir da experiência pessoal da fotógrafa Marcela Bonfim e seu processo de negação e assunção da própria negritude, além da condição de ser mulher.

"O projeto evoluiu adquirindo grande valor simbólico e político no discurso das imagens, porque passou a operar gradualmente no prisma de visibilidade, de obtenção de (re)conhecimento e sensibilização de consciência de outros contextos sobre essa Amazônia pouco aparente", disse. Segundo Marcela o trabalho mostra, principalmente, a participação dessa negritude na identidade Amazônica, somando-se a outros desdobramentos no campo da autoestima, desenvolvimento e inserção social do negro no Brasil, e aspectos referentes ao plano da afetividade das mulheres negras.

As imagens capturadas pela fotógrafa, ao todo 15, impressas em madeira, abordam a beleza da negritude da mulher, não contemplada pela hegemonia estética do embranquecimento, e trazem à tona a diversidade de cada universo feminino, revelando um traço em comum entre todas essas mulheres: a resistência.

A exposição vai além do tema da defesa da mulher, pois combate outro problema social crucial que atinge em cheio os direitos humanos, o racismo. "Se as mulheres já enfrentam barreiras, o que dirá as mulheres negras", reforça Marcela, ela própria vítima de preconceito ao terminar a faculdade de economia. "Nos processos de seleção para empregos ficava entre os melhores, mas sempre esbarrava na entrevista, quando os selecionadores verificavam minha identidade", finalizou.

Cine Reflexão

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A partir do filme Vidas Partidas, cuja tema é a violência doméstica, os profissionais do núcleo psicossocial conduzem um debate sobre o ciclo da violência familiar e as formas de prevenir e combater essa realidade que atinge milhares de lares.

A partir da experiência do exitoso projeto Abraço, de combate a violência doméstica, a prática da reflexão por meio do audiovisual tem se mostrado bastante eficaz para difundir junto à população uma consciência de gênero, dentro dos preceitos dos direitos humanos e da justiça social, além de contribuir social e culturalmente para uma nova mentalidade, baseada na igualdade e no respeito à mulher.

Espetáculo

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A obra poética "A Arma da Mulher é a Língua", da historiadora Nilza Menezes, diretora do Centro de Documentação Histórica do Tribunal de Justiça de Rondônia, foi adaptada para o teatro pelo grupo O Imaginário.

O espetáculo, como no livro, faz uma arqueologia da condição feminina na sociedade. Por meio dos versos de Nilza, as atrizes dão voz às várias mulheres, em diferentes situações. Enfrentam seus traumas, medos, suas insatisfações e suas angústias. Encaram suas conquistas e impõem sua força.

Com poucos objetos, como espelhos, baús, taças de vinho,  bacias d´água e lenços, elas vão construindo um cotidiano que perpassam toda uma vida. Da infância à maturidade. Do nascimento à morte. Movimentos corporais, entonações e gestos cênicos, ajudam a compor as diversas Nilzas, Amanaras, Bárbaras, Flávias, Magnas ou Vitórias que surgem do debruçar sobre o poema.

Como bem definiu a própria poeta, é muito interessante perceber as diferentes leituras de um mesmo poema. "Temos a sensação de que são criações autônomas, que não dependem do autor para que aconteçam". No caso do espetáculo, os poemas ganham voz, vigor, vida e nos dizem que é preciso usar a arte como arma contra o preconceito, contra o desigualdade, contra todos os tipos de violações e violência.

Itinerância

Tanto o Cine Reflexão, quanto a exposição fotográfica circularão em três comarcas, oferecendo também aos cidadãos do interior do Estado a oportunidade de vivenciar e refletir a programação do Mês da Mulher.

De 13 a 17, a exposição estará no Fórum de Buritis, de 20 a 24 no novo Fórum de Jaru e de 27 a 31, em Pimenta Bueno. Sempre no dia da abertura da exposição, será também realizado o Cine reflexão, com a participação da comunidade.

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