Projeto Diálogos, voltado à proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência intrafamiliar, é avaliado positivamente pela equipe do 2º Juizado da Infância e Juventude de Porto Velho. Dede a sua criação, em 2014, até o fechamento das atividades, em 2017, 12 grupos de pais ou responsáveis integraram grupos terapêuticos que trabalham as dificuldades nos cuidados aos filhos.

A participação é determinada em audiência, por intermédio de transação penal, ou seja, ao invés de sentenças que desagreguem ainda mais as famílias, o juízo dá a chance de se buscar as causas da violência e alternativas para a pacificação. Os pais ou responsáveis frequentam, durante cinco reuniões, um trabalho em grupo orientado por profissionais do núcleo psicossocial do Juizado. O número máximo de participantes por grupo é de 13 pessoas, para haver um melhor aprofundamento das vivências pessoais.

A proposta é estabelecer uma melhor comunicação com as famílias na busca de solução de conflitos no ambiente doméstico e contribuir para que elas possam disciplinar e estabelecer limites às crianças sem o uso da violência.

Os resultados dos grupos são avaliados de forma qualitativa, a partir das experiências que os participantes vão relatando ao longo dos encontros, na percepção e sensibilização que vão adquirindo nos cuidados das crianças e adolescentes os quais são responsáveis. “No último atendimento, fazemos uma retrospectiva de todo o processo e eles verbalizam as mudanças ocorridas”, explica o psicólogo Marcos Paulo, da Seção de Assessoramento Psicossocial do 2º JIJ.

Percepção

A metodologia possibilita um novo olhar para as questões que envolvam conflitos familiares, pois busca romper com práticas eminentemente punitivas, com a mera aplicação da lei, propiciando, assim, uma discussão sobre alternativas de educação para filhos e filhas, livre da violência.

O grupo segue uma proposta relacional, ligada à linha pedagógica do construtivismo, no qual o processo é construído entre o facilitador e integrantes do grupo, percebendo que o outro tem uma história, uma vivência, cabendo ao facilitador criar uma ambiência favorável à reflexão. “Com esta proposição, há uma maior interação entre o grupo”, conclui Marcos Paulo.

Os temas são trabalhados a partir de dinâmicas de grupo e atividades expressivas. Além do trabalho em grupo, o projeto Diálogos também executa, caso seja necessário para alguma pessoa que esteja participando dos encontros, atendimento individual, mediação e círculo restaurativo.

Assessoria de Comunicação Institucional