Deficiente visual, estagiário da Comarca de Alta Floresta do Oeste é exemplo de superação
Conseguir um estágio profissional é uma oportunidade para muitos universitários que buscam dar os primeiros passos na carreira. Mas para o acadêmico Rodrigo Gomes Roberto é a realização de um sonho. Deficiente visual desde a infância, sempre enfrentou obstáculos para conseguir uma chance de poder desempenhar uma função, o que só conseguiu aos 33 anos, na Comarca de Alta Floresta. A história do Rodrigo revela o olhar que a Justiça de Rondônia lança sobre o potencial que essas pessoas podem desenvolver profissionalmente, desde que tenham oportunidade.
O primeiro passo em direção à mudança de vida foi a chegada até a faculdade. Acadêmico do 9º período do curso de Direito da Faculdade de Rolim de Moura, onde mora com a família. Para chegar até o Fórum conta com o apoio de colegas de trabalho. “Venho de carona todos os dias com um colega, que me auxilia também na entrada, desde a garagem até a entrada do fórum”, conta. No Fórum, o Rodrigo atua na parte de atermação, uma forma de acesso aos juizados especiais.
O acesso do Rodrigo ao Processo Judicial eletrônico é possível por meio de ferramentas que fazem a leitura das peças. Os computadores contam com leitores. Na página principal do TJRO, também está disponível uma ferramenta que auxilia pessoas com diversos tipos de deficiência. Mas chegar até aqui, não foi nada fácil. “Eu sempre procurei uma oportunidade de emprego, mas sempre recebi desculpas de que não havia vaga ou não tinha função para mim”, lembra.
Ao tomar conhecimento de que o acadêmico buscava um estágio na comarca, o diretor do Fórum e titular da Vara Única de Alta Floresta, juiz Guilherme Schulz, não teve dúvidas. “Fico muito grato por poder contar com a atuação do Rodrigo, pois além de ser uma oportunidade para ele, acaba sendo para todos nós da Comarca, que podemos aperfeiçoar nossa atuação com vistas a atender a todos cada vez melhor”, concluiu.
Inclusão
De acordo com dados da Divisão de Saúde do TJRO, atualmente 120 pessoas, entre servidores (as) e magistrados (as) contam com algum tipo de deficiência. Aqueles que tem entre seus dependentes pessoas com deficiência contam com condições de trabalho diferenciadas, com redução de jornada de trabalho sem impacto nas suas remunerações, conforme resolução.
O esforço da Justiça para garantir a inclusão de todos é evidenciado também em ações e programas que buscam ampliar o acesso dos jurisdicionados. Adequações em sua infraestrutura física são realizadas constantemente, além de prédios novos que estão sendo entregues com toda a acessibilidade necessária para pessoas com mobilidade reduzida. Para os surdos, intérpretes de Libras participam de diversos atos, desde atendimentos, audiências, até sessões de julgamento do segundo grau de jurisdição.
Para garantir que a Justiça de Rondônia tenha todos os meios necessários para efetivar os direitos daqueles que trabalham ou buscam a Justiça para resolver seus conflitos, a Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão no Poder Judiciário desenvolve ações permanentes. “Não é mais admissível que essas pessoas, com muito potencial para desenvolver uma carreira e prestarem sua contribuição à Justiça sejam prejudicadas por falta de acesso. Precisamos estar sempre em alerta para garantir todos os meios possíveis para a mudança dessa realidade, nos tornando também referência e inspiração para outras instituições”, avaliou o presidente da CPAI e juiz-auxiliar da presidência do TJRO, Guilherme Baldan.
Assessoria de Comunicação Institucional