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27/03/2024 18:08

Espetáculo terá pré e estreia nos dias 25 de abril


A foto mostra os atores numa disposição triangular no palco, olhando para cima. O cenário são tambores de óleo.

Os tambores, cenário e objetos de cenas mais representativos do espetáculo Bizarrus, voltaram a impactar o público em Porto Velho. A peça encenada por pessoas privadas de liberdade teve seu ensaio geral no dia 7 de março, no mês em que se comemora o Dia Mundial do Teatro. O evento foi no galpão da Acuda, associação que teve origem a partir do próprio espetáculo e hoje se tornou exemplo exitoso de ressocialização por meio de atividades terapêuticas, artísticas e laborais.

Bizarrus é uma iniciativa que conta com a parceria do Judiciário de Rondônia, por meio do GMF - Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Medidas Socioeducativas  e VEP- Vara de Execuções de Execuções Penais, do Governo de Rondônia, por meio da Sejus e amplo apoio do Ministério Público e da Defensoria Pública. Representantes dessas entidades e equipes de veículos da imprensa compuseram a plateia dessa primeira apresentação, ainda fechada.

O barulho dos tambores anunciou então mais uma temporada de apresentações, as quais já têm data marcada para estreia: dia 25 de abril, em um evento nacional que reunirá secretários de Justiça de todo o país.

A imagems mostra uma colegem de vários momentos do espetáculo.

O nervosismo dos novos artistas ficou evidente nas entrevistas, mas não no espetáculo, encenado com bastante concentração e seriedade pela nova turma. Bizarrus reúne em histórias pessoais dos participantes que experimentam pela primeira vez o exercício teatral

“Participar deste projeto é muito gratificante para quem se encontra no sistema carcerário e está desesperançado naquele lugar. Quando chegam com essa proposta, acordam a gente para a vida, para uma mudança”, disse Deivisson Henrique, um dos novos atores do projeto.

Já para Moacir Gomes, que assumiu o papel de protagonista no espetáculo, a responsabilidade foi uma oportunidade que representou uma virada em sua vida. “Eu era de facção, agora sou da arte”, contou.


Histórico

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Bizarrus foi iniciado em 1997 dentro do presídio Ênio Pinheiro. Ficou 16 anos em cartaz, envolvendo mais de mil pessoas na montagem. Originou também a Acuda – Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e do Egresso, instituição e metodologia alternativa e eficiente de ressocialização. 

O espetáculo rodou o país e foi apresentado até em evento na ONU, em Salvador. Atingiu 150 mil pessoas em centenas de apresentações, 40 mil só de estudantes, em projeto de prevenção da violência entre jovens.

Depois de um hiato de 7 anos, Bizarrus está de volta com novo elenco e a mesma proposta: integrar pessoas privadas de liberdade à sociedade, além de conscientizar a população sobre a necessidade de alternativas para a eficiência do cumprimento de pena.

“São quase três décadas já, mas eu sempre me surpreendo com o poder de transformação desse espetáculo. Em cada ser humano, ator que passou por esse processo, vejo a mudança. Para mim esse é o grande aplauso, da própria vida”, declarou o diretor Marcelo Felice.


Audições

Os participantes foram escolhidos em audições, mediante um instrumento técnico chamado classificação. “Eles são classificados pelas unidades, enviados à equipe do Bizarrus e depois faz-se a análise mais técnico-vocacional”, explicou o juiz da Vara de Execuções Penais, Bruno Darwich. 

As audições ocorreram nas próprias unidades, em agosto e setembro de 2023. Os selecionados pelo diretor Marcelo Felice começaram a trabalhar logo em seguida na montagem. Sete meses depois, se dizem transformados com a experiência.

“Hoje eu posso acreditar em coisas que eu já não imaginava que poderiam acontecer na minha vida. Uma nova fase, de poder sonhar que a gente pode dar um passo a mais, firme, e poder resgatar valores que um dia foi perdido”, refletiu Ueliton Lorran


Preparativos

A foto mostra a reunião na sala da Vepema.

Nesta segunda-feira, dia 25 de março, os parceiros do projeto cultural se reuniram na Vepema, Vara de Execuções de Penas Alternativas, para acertar os detalhes da estreia do espetáculo, tais como ajustes de recursos para figurino, cenário e iluminação; ações de divulgação e formatação do evento.

Representantes dos órgãos parceiros se comprometeram a acelerar as providências necessárias e disseminar o projeto para que a sociedade tenha acesso a mais uma trajetória de sucesso de Bizarrus.

A promotora Andrea Bogo, por exemplo, garantiu que o Ministério Público fará a sua parte, com entusiasmo, pois o projeto tem uma dimensão social relevante.

“Bizarrus é um espetáculo impactante, que nos faz refletir sobre o cumprimento de pena. A sociedade precisa disso, pensar como quer devolver o reeducando para o convívio social”, avaliou o juiz Sérgio William Teixeira


Assista ao vídeo sobre o Ensaio Geral do Espetáculo Bizarrus


Assessoria de Comunicação Institucional

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