Auditório do TJRO lotado para debate sobre família, filhos e pais separados
Relações tão próximas e tão complexas. Casos de famílias que enfrentam a decisão do divórcio e as inúmeras ocorrências, comportamentos e desdobramentos nas vidas de pais e filhos; e o trabalho de juízes, psicólogos, assistentes sociais e promotores de Justiça durante os processos judiciais em varas da família no Poder Judiciário, entre outras relevantes questões que envolvem a alienação parental e a guarda compartilhada, foram temas de palestra e debate ocorridos no Tribunal de Justiça de Rondônia, em evento promovido pela Escola da Magistratura (Emeron), na última sexta-feira, em Porto Velho.
A alienação parental pode ser definida como a condição ou tendência de que pai ou mãe diga ou aja de modo a distanciar o filho da ex-mulher ou marido, criando um clima de animosidade entre eles. São ocorrências que podem gerar graves consequências na vida adulta e muito sofrimento para todos os envolvidos. Contudo, segundo o psicólogo judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo, Sidney Kiyochi Shine, a frequência com que a Alienação Parental ocorre é bem menor do que se imagina, apesar de isso não reduzir a importância do estudo e do debate sobre a questão. O palestrante também apresentou aspectos da lei que 13.058/2014, define como prioridade a decisão de que ambos os pais compartilhem a guarda dos filhos menores.
Na plateia, magistrados, membros do Ministério Público, profissionais e estudantes de Direito, Serviço Social e Psicologia. Eles assistiram à exposição do professor doutor Shine, um bem humorado palestrante, que utilizou recursos didáticos e trouxe leveza para o tema complexo e de grande comoção, posto que envolve questões de foro íntimo e de delicadas soluções, dos pontos de vistas social e pessoal.
Durante a abertura do evento, o diretor da Emeron relembrou o início de carreira como juiz, em que se deparou com a situação em que uma família tinha problemas de relacionamento que se pareciam com o que hoje se chama alienação parental, e disse que formações e debates como esse podem ajudar os profissionais a atuar com mais assertividade quando deparados com casos do tipo. Isso porque o fenômeno é relativamente novo, como lembrou o Juiz Auxiliar da Presidência do TJRO, João Adalberto Castro Alves, que ressaltou as pesquisas precursoras dessa temática feitas por Richard Gardner, na década de 1980.
Coordenador do evento, o juiz Aldemir de Oliveira, titular da 3ª Vara de Família da comarca de Porto Velho, fez deferência à disponibilidade do dr Sidney Shine, seguida de leitura de resumo do currículo do palestrante. Além deles, também fizeram parte da mesa de honra, os juízes Álvaro Kalix Ferro, titular da Vara de Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher da capital; e Ilisir Bueno Rodrigues, vice-diretor da Emeron.
Após o protocolo inicial, foi apresentada a palestra de Shine e, então, juízes e profissionais da área participaram de um debate, como continuidade à exposição feita pelo psicólogo paulista.
Assessoria de Comunicação Institucional