Lideranças religiosas debatem ampliação de ações para promoção da “Paz em casa”
Por que das religiões? Qual o propósito de convidar líderes religiosos para falarem de questões como a violência doméstica? Mais do que nunca as religiões têm conquistado um espaço fundamental dentro das casas, ao ensinarem princípios morais que constituem a família, além de pregarem a não violência por meio da espiritualidade. Assim se inicia a Semana pela Paz em Casa, aberta hoje, 3 de agosto, no auditório do Tribunal de Justiça de Rondônia, como parte da programação da campanha nacional “PAZ – Nossa Justa Causa”, promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em parceria com os tribunais de Justiça brasileiros.
A ideia do seminário “As religiões e a Paz em Casa” não é de mudar os princípios das religiões, mas seguir o princípio de que todos são iguais no seio familiar como diz a Constituição Federal. Muitas religiões pregam a distinção do homem e da mulher, tanto no lar como para sociedade, e isso de maneira mal interpretada gera o pensamento de que as mulheres devem se submeter a tudo que for imposto pelo seu cônjuge, inclusive à violência doméstica.
“Não se pode perder a vista de que a família é a base da sociedade, e quem machuca a mulher, machuca a família inteira”. Ressaltou o juiz de Direito, Álvaro Kalix Ferro, palestrante do evento e Titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Existem várias formas de violência contra a mulher, física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. Conforme o disque 180, 43% dos casos de violência acontecem todos os dias, e 33% algumas vezes durante a semana. As violências mais frequentes são a física e psicológica, sendo na maioria das vezes presenciada pelos filhos.
O juiz citou ainda pesquisa realizada em 84 países, em que o Brasil ficou em 7º lugar na lista dos países que mais têm casos de violência contra a mulher. Isso porquê a lei Maria da penha é um marco, sendo mais completa e uma das três melhores do mundo, tendo uma carga muito mais preventiva que punitiva. Porém, deve ser acionada pelas vítimas e conscientizada de sua importância para o bem familiar.
No encerramento da programação no período da manhã houve a composição da mesa redonda, composta pelos líderes religiosos: Pastor Valcenir Alves, representando o Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (Fenasp); o Padre Filip Cromhecke, representando a igreja católica; a representante do Centro Espírita União do Vegetal, Ana Maria de Lima; o Grão-mestre representante da Maçonaria, Juscelino Amaral; e a Psicóloga, Aline Dantas, que atuou como mediadora. Os representantes apresentaram o trabalho que cada segmento faz e responderam a questão abordada por uma participante sobre os serviços oferecidos para as mulheres que estão em estado prisional e que sofreram violência doméstica.
Assessoria de Comunicação Institucional