Técnicas alternativas de Constelação Familiar e Mediação são apresentadas em palestra no TJRO
O investimento em técnicas alternativas de solução de conflitos é a aposta do Tribunal de Justiça de Rondônia para reduzir enfrentar a demanda de processos, cada vez maior, no Poder Judiciário. Foram as motivações destacadas pelos os juízes que compuseram a mesa na abertura da palestra “Constelação Familiar, Justiça Restaurativa e mediação”, proferida pela especialista Luhé Palma Chazarra, doutora em direito e mediação pela Universidade de Sevilla e mediadora familiar.
O vice-presidente da Escola da Magistratura de Rondônia, juiz Guilherme Baldan, ele próprio um magistrado contemplado com o curso sobre o tema direcionado aos juízes rondonienses, contou que a palestra foi um brinde da professora, para divulgar a técnica também para a sociedade. “É uma nova maneira de encarar a Justiça, que precisa ser difundida e aplicada a fim de solucionar de fatos os conflitos”, destacou. Representando também o presidente do TJRO, Sansão Saldanha, grande entusiasta do programa, evocou os princípios que movem essa técnica: a hierarquia, o equilíbrio e o pertencimento.
O juiz auxiliar da corregedoria, Cristiano Mazzini, deu as boas vindas em nome do corregedor Hiran Marques, e ressaltou a importância de buscar saídas inovadoras para combater a deterioração das relações interpessoais. “A Justiça atingiu seu limite e não consegue reduzir as demandas. É preciso alternativas conciliatórias como a constelação familiar para evitar o desgaste do processo”, disse. Também destacou que essa é uma tendência do Judiciário buscar novos caminhos, a exemplo do que definiu o próprio CNJ quando estabeleceu metas para a adoção da Justiça Restaurativa.
A juíza Silvana Freitas, coordenadora da Constelação Familiar no TJRO, fez uma agradecimento ao presidente do TJRO por abraçar o projeto, demonstrando com isso uma visão humanista de administrar a Justiça. “Trata-se de um caminho de luz que envolve a todos”, concluiu.
A palestrante usou sua própria experiência para demonstrar que a mediação pressupõe o desejo das duas partes em resolver o conflito, situação que não ocorre na realidade. “Há sempre alguém que não está satisfeito, que a reparação não é suficiente pelo dano causado”, pontuou. Por isso é necessário trazer de maneira representativa as partes, a fim de que haja um equilíbrio na compensação. “Todos pertencem ao grupo, tanto a vítima quanto o agressor. É necessário olhar para a situação sem julgamentos prévios, sem valorações morais”, alertou. Para a professora o agressor também sofre danos. “Não há apenas o bom e o mal. O ser humano é muito mais complexo que isso”.
Para finalizar, quando os participantes puderam fazer perguntas, Chazarra disse que cada um tem a responsabilidade sobre a própria vida, não pode querer resolver as dores do mundo. “Isso nós dá uma visão mais humilde e humana de lidar com os problemas”, finalizou.
Assessoria de Comunicação Institucional