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08/06/2016 14:34

Buritis recebe exposição fotográfica “Primeiro Plano” e filme sobre a violência contra a mulher

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“Quando eu era jovem e falava para minha mãe a violência que eu sofria no meu casamento ela dizia: deixa pra lá, é assim mesmo, isso é normal. Mas eu nunca aceitei que fosse normal. Depois de alguns anos me separei”, disse Cleunilce Esméria, 66 anos, após assistir ao documentário “Quem matou Eloá”, da diretora Lívia Peres, exibido no Fórum de Buritis.

A exibição do filme é uma atividade complementar realizada no dia da abertura da exposição fotográfica “Primeiro Plano”, organizada pelo Poder Judiciário de Rondônia, e nesta segunda-feira, 6, chegou à comarca de Buritis. O plenário do Tribunal do Júri ficou lotado por jovens estudantes do ensino médio e também por idosos que participam do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo do Centro de Referência da Assistência Social.

Após a exibição do filme houve um debate mediado pela equipe do Núcleo Psicossocial da Comarca de Buritis, composta pelos psicólogos Cristina Tiengo Silva e Ezequiel Fernandes de Oliveira e da assistente social Jussara Cardoso.

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A psicóloga Cristina Tiengo explicou que, culturalmente, a sociedade impõe à mulher que ela deva ser submissa ao homem. “Muitas vezes a mulher aceita sofrer violência por não ter outra alternativa ou porque acredita que ela realmente seja a culpada dos problemas da família. É importante observar que a violência pode ser física, psicológica ou sexual”, explicou.

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O diretor do fórum, Rogério Montai, ressaltou que é uma missão do Poder Judiciário conscientizar as pessoas, combater a violência doméstica e garantir os direitos da mulher. Por se tratar de um público com adolescentes, aproveitou a oportunidade para explicar sobre crimes que ocorrem virtualmente. “A facilidade de gravar conversa, áudio e vídeo é muito grande. Armazenar ou divulgar vídeos de cunho pornográfico que envolvam crianças ou adolescentes é crime”, enfatizou.

O magistrado também abordou sobre o estupro do ponto de vista jurídico. Explicou que antigamente o crime de estupro era cometido só contra a mulher e mediante a conjunção carnal. “As pessoas não sabem que hoje existem várias modalidades de estupro, até um homem pode ser vítima. Também é crime de estupro qualquer ato libidinoso, como passar a mão em alguém que não quer ser acariciado”, explicou.

Para a professora Flávia Bezerra é importante a presença dos adolescentes em eventos como esses para que conheçam mais sobre seus direitos. “A sociedade está perdendo o sentimento da indignação, a morte de mulheres por violência doméstica está virando rotina, a notícia na televisão virou uma normalidade”.

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Após a exibição do filme, os alunos da Escola Estadual de Buritis, Escola Maria de Abreu Bianco e Escola Marechal Cândido Rondon foram aos corredores do fórum para observar a exposição fotográfica. A mostra, formada por dez quadros, retrata doze mulheres protagonistas que, com seus exemplos, contribuem para conscientização sobre o papel da mulher na sociedade moderna. São mulheres notáveis e, ao mesmo tempo, comuns, que espelham a luta diária por oportunidades iguais, pelo tratamento digno e pelo fim de qualquer tipo de violência. Por meio de suas atitudes e trajetórias se colocam em primeiro plano, justamente para lembrar que devem ser respeitadas, nos seus diferentes papéis.

O aluno Samuel Silva, 15 anos, contou que gostou de assistir ao filme e observar a exposição fotográfica. “O filme que assistimos conta uma história que terminou com um fim trágico, mas quando saímos e olhamos essas fotos conhecemos histórias de mulheres que são exemplo de vitórias. Eu nunca tinha visto uma exposição fotográfica, gostei muito”.


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Assessoria de Comunicação Institucional

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