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01/09/2016 11:30

Iniciativa pioneira na comarca de Ji-Paraná põe mediação na vanguarda socioeducativa

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Em uma iniciativa pioneira, o Tribunal de Justiça de Rondônia, por intermédio do Juizado da Infância e Juventude da comarca de Ji-Paraná, e em parceria com o Ministério Público e Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), realizou na sexta-feira, sábado e domingo (26, 27 e 28 de agosto) seminário com o tema Aproximação da Mediação ao Case - Centro de Atendimento às Medidas Socioeducativas.

edformsocioedjipa4O seminário foi ministrado por mestres em Mediação e Gestão de Conflitos pela Universidade Complutense de Madrid, na Espanha, e abordou aspectos inéditos na forma de solucionar conflitos e impasses administrativos, servindo tanto para o trabalho com os adolescentes em conflito com a lei quanto para a rotina entre os servidores da instituição. A intenção, como informou a juíza responsável pela Vara da Infância e Juventude de Ji-Paraná, Ana Valéria Santiago Ziparro, é viabilizar o empoderamento dos socioeducadores, equipe técnica e socioeducandos para, em uma segunda etapa, formar equipe que possa implantar a mediação em todas as unidades de atendimento socioeducativo de Rondônia.

A sistemática do seminário, que teve patrocínio da Unimed Ji-Paraná, foi desenvolvida pelas mestras Irene Robles Martinez e Edit Sánchez Garcia, respectivamente assistente social e psicóloga, além de mediadoras em projetos educacionais na Espanha. Atualmente elas fazem uma pesquisa para trabalhar com a mediação em escolas de Porto Velho e operação Justiça Rápida Itinerante.

edformsocioedjipaEdit Sánchez explicou que o convite para intervir no Case, feito pela juíza Ana Valéria, foi irresistível diante do desafio de buscar mudanças na cultura da socieducação. Em sua análise, é possível a implantação definitiva da mediação em instituições voltadas ao atendimento socioeducativo de Rondônia, decisão que requer a atitude proativa do Governo do Estado.

O caminho para o acolhimento do projeto está sendo traçado. O próprio titular da Secretaria de Justiça-Sejus, Marcos Rocha, participou do seminário na sexta-feira e se mostrou entusiasmado com o que pode observar. Para ele, iniciativas inovadoras como esta, em parceria com o trabalho que já é feito, podem evitar que adolescentes reeducandos voltem a praticar atos infracionais.

Também participou do seminário o gerente do Sistema Socioeducativo de Rondônia, Antonio Francisco Gomes. Acompanhou de perto todo o trabalho feito, desde dinâmicas e palestras aos servidores (sexta), até entrevistas com os menores atendidos pelo Case (sábado e domingo). Conhecedor dos problemas enfrentados no sistema socioeducativo de Rondônia, Antônio se convenceu que mediação é uma poderosa ferramenta de inclusão e ressocialização.

edformsocioedjipa5Um relatório será elaborado por Edit Sánchez e Irene Robles sobre suas conclusões depois dos trabalhos feitos no Case de Ji-Paraná, para que sirva de base ao projeto que pode ser implantado em todas as unidades socioeducativas de Rondônia, com a mediação como ferramenta definitiva.

Outra entusiasta da iniciativa é a juíza Sandra Silvestre que, juntamente com a titular da Vara da Infância e Juventude de Ji-Paraná, idealizou a vinda das mestras Irene Robles e Edit Sánches ao Case de Ji-Paraná. Para Sandra Silvestre, "todas as iniciativas que busquem a pacificação de conflitos a partir do empoderamento do indivíduo e fortalecimento da dignidade da pessoa humana têm reflexos positivos para a própria sociedade, na medida em que pessoas transformadas constroem uma sociedade mais justa e fortalecida para esta e para as futuras gerações. Além disso, reflete diretamente no Poder Judiciário na redução de demandas, pois quando a sociedade fortalecida passa a solucionar diretamente suas principais questões, deixando o Judiciário como última instância na solução dos conflitos".


Assessoria de Comunicação Institucional

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