Mostra de talento da rede de atendimento psicossocial surpreende
As apresentações feitas pelos pacientes emocionaram a plateia no TJRO
Um palhaço e seu mundo colorido feito de tampinhas de refrigerante no sisudo palco do auditório do Tribunal de Justiça de Rondônia. Na performance, dança, música e poesia. O artista, Júlio César Bototo, é usuário da rede de atendimento psicossocial do estado e aproveitou a oportunidade para chamar atenção da plateia para o estigma que a doença mental impõe para pacientes e familiares. “É preciso quebrar os preconceitos”, disse.
Bototo, já consagrado como artista em Porto Velho, foi o primeiro a se apresentar, mas não o único da Mostra cultural Descobrindo Talentos na Rede de Atendimento Psicossocial de Porto Velho – RAPS/USS/RO, evento organizado pelo TJRO, por meio da Escola da Magistratura em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, para contribuir com a sociabilização dos cidadãos com sofrimento ou transtorno mental.
“Quem é louco? Ele que ouve vozes, ou você que não ouve ninguém? Ele que vê coisas,ou você que só se vê? Ele que fala o que pensa,ou você que fala sem pensar? Quem é louco? Ele que diz ser rei, ou você que acha e não diz?” perguntou em versos Filomena Rosália Nascimento, ao recitar a poesia “Louco Depoimento”. Ésio Lucena também contou um pouco de suas dificuldades, sobretudo quando foi internado, situação que conseguiu superar graças ao apoio de profissionais e da família. Seu talento foi revelado na música com a apresentação de duas canções em voz e violão.
A atração com maior número de participantes foi o coral Canto Chão, formado por usuário do CAPS e coordenado pela técnica Lucídia Fontenelles. Canções populares foram entoadas com desenvoltura e com a participação empolgada da plateia.
O ponto alto da Mostra foi a apresentação das obras literárias, elaboradas também pelos talentos da rede psicossocial. Os livros, editados pelo Tribunal de Justiça, foram autografados pelos autores aos participantes do evento em coquetel oferecido no quinto andar do edifício-sede. No local também foram expostas obras de arte como colagens, pintura, escritos originais, além de banners com o destaque de cada autor.
Para o juiz Ilisir Bueno, vice-diretor da Escola da Magistratura, a mostra atingiu o objetivo de proporcionar a inclusão, e o Tribunal de Justiça cumpriu seu papel de responsabilidade social.
Confira o álbum da tarde de autógrafos e exposição:
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Assessoria de Comunicação Institucional