Ultimo dia da Exposição "O nome da Resistência é mulher" no TJRO
A partir de segunda a Itinerância do Mês da Mulher vai para Buritis
A exposição fotográfica "O nome da Resistência é mulher", organizada pelo Poder Judiciário de Rondônia, em reconhecimento à força e à luta das mulheres, encerra hoje na capital e segue para as comarcas do interior a partir de segunda-feira na Itinerância do projeto. Quem ainda não viu, pode conferir no térreo do edifício-sede do TJRO.
O primeira comarca a receber a mostra será Buritis, de 13 a 17, em seguida Jaru, de 20 a 24 e por último Pimenta Bueno, de 27 a 31, fechando a programação do Mês da Mulher no Poder Judiciário.
Sempre no dia da abertura da exposição, será exibido um filme na atividade batizada Cine Reflexão, cuja tema é a violência doméstica. Os profissionais do núcleo psicossocial conduzem um debate sobre o ciclo da violência familiar e as formas de prevenir e combater essa realidade que atinge milhares de lares.Em Buritis será apresentado o filme Vidas Partidas, em Jaru e Pimenta Bueno o documentário Quem matou Eloá.
Resistência
A exposição "O nome da resistência é mulher" é um recorte do projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta" - trabalho autoral desenvolvido há mais de quatro anos em Rondônia, a partir da experiência pessoal da fotógrafa Marcela Bonfim e seu processo de negação e assunção da própria negritude, além da condição de ser mulher.
"O projeto evoluiu adquirindo grande valor simbólico e político no discurso das imagens, porque passou a operar gradualmente no prisma de visibilidade, de obtenção de (re)conhecimento e sensibilização de consciência de outros contextos sobre essa Amazônia pouco aparente", disse. Segundo Marcela o trabalho mostra, principalmente, a participação dessa negritude na identidade Amazônica, somando-se a outros desdobramentos no campo da autoestima, desenvolvimento e inserção social do negro no Brasil, e aspectos referentes ao plano da afetividade das mulheres negras.
As imagens capturadas pela fotógrafa, ao todo 14, impressas em madeira, abordam a beleza da negritude da mulher, não contemplada pela hegemonia estética do embranquecimento, e trazem à tona a diversidade de cada universo feminino, revelando um traço em comum entre todas essas mulheres: a resistência.
A exposição vai além do tema da defesa da mulher, pois combate outro problema social crucial que atinge em cheio os direitos humanos, o racismo. "Se as mulheres já enfrentam barreiras, o que dirá as mulheres negras", reforça Marcela, ela própria vítima de preconceito ao terminar a faculdade de economia. "Nos processos de seleção para empregos ficava entre os melhores, mas sempre esbarrava na entrevista, quando os selecionadores verificavam minha identidade", finalizou.
Marcela estará presente na abertura da exposição nas comarcas e também baterá um papo com a comunidade sobre a sua experiência na defesa dos direitos humanos por meio da arte.
Assessoria de Comunicação Institucional