Peça teatral sobre processos antigos da Justiça de RO é selecionada para mostra cultural nacional
Mulheres do Aluá, do Imaginário, está entre 30 grupos que compõem a exposição
A peça teatral "Mulheres do Aluá", baseada em processos criminais antigos, pesquisados pelo grupo O Imaginário no Centro de Documentação Histórica da Justiça de Rondônia, foi convidada para compor o Programa Nacional Petrobras Distribuidora Cultural (PPDC), uma exposição anual que congrega obras de arte patrocinadas pela empresa e a corpo de colaboradores da instituição.
Na programação também está prevista Conversas BR - Arte e Cidadania, evento que ocorre dia 26 de abril, no Espaço Lubrax, na sede da Petrobras Distribuidora, no Rio de Janeiro.
Além da foto da peça estar na exposição, o grupo O Imaginário, representado pelo diretor do espetáculo, Chicão Santos, e a diretora do Centro de Documentação Histórica, a historiadora Nilza Menezes, representando a TJRO, estarão na segunda parte do evento, para as "Conversas".
O projeto Conversas BR - Arte e Cidadania consiste em quatro encontros temáticos: um por semana, sempre às quartas-feiras, das 12h às 13h, nos dias 19 e 26 de abril e 3 e 10 de maio.
A ideia é levar em cada Conversa três pessoas, sendo dois artistas ou produtores vinculados a espetáculos teatrais selecionados pelo PPDC e um empregado da BR para expor seus pontos de vista a respeito do tema em questão; os artistas a partir da experiência da peça e o empregado BR da sua experiência pessoal. Os quatro temas foram selecionados considerando a política de Responsabilidade Social da companhia, são eles: a participação do negro na sociedade brasileira (19/04); uma reflexão sobre o gênero feminino (26/04); pessoas com deficiências - relatos e aprendizados (03/05); e a relação do jovem com a arte, a educação e o trabalho (10/05).
A participação da "Mulheres do Aluá", se encaixa na conversa sobre gênero, já que foca justamente em processos judiciais que envolvem mulheres. O espetáculo reflete a condição feminina dessas rés. São mulheres de diferentes épocas, com histórias marcadas pelas violências, em processos que revelam as dificuldades em um ambiente hostil e opressor do passado na Amazônica e teve forte influência no ciclo da borracha, com a construção da estrada de ferro Madeira Mamoré. O espetáculo foi concebido a partir desta pesquisa cênica que coloca em foco a relação de gênero e o universo feminino.
"É muito interessante a reflexão proposta pelo Imaginário, e vem ao encontro de nossa pesquisa, que é utilizar o gênero como objeto de reflexão e não de ideologia", destacou Nilza Menezes.
Espetáculo
Mulheres do Aluá estreou em 2014, no Teatro Estadual Palácio das Artes. Em seguida fez temporada em Porto Velho, no mesmo teatro, e no Espaço d´O Imaginário, o Tapiri. Em 2015 o espetáculo circulou por capitais da Região Norte do pais. Em 2016, já reformulado e amadurecido, entrou novamente em cartaz, no SESC de Porto Velho.
Mais debate
A diretora do CDH, em razão de sua pesquisa na temática de gênero, também foi convidada para compor um grupo de trabalho sobre gênero e religião, evento que ocorreu em 30 de maio, em São Paulo, com a temática "A importância da parceria entre religiões e poder público para o enfrentamento da violência doméstica".
No final do evento ficou acordado que será elaborada uma cartilha de orientação, com a participação de várias colaboradoras, entre elas a própria Nilza, que é também representante de religiões de matrizes africanas.
“A religião não pode infringir os limites da lei. A violência é uma questão cultural que a religião pode ajudar a combater, por isso a reflexão e o debate são necessários”.
Assessoria de Comunicação Institucional