Corregedoria da Justiça avalia como positiva a Campanha de Adoção
A Campanha para difundir a adoção com foco na mobilização pela “adoção tardia”, realizada pelo Poder Judiciário de Rondônia em razão do dia nacional, obteve uma ótima repercussão e boa acolhida da sociedade. É como avaliou a Corregedoria-Geral da Justiça, que supervisionou todas as ações idealizadas no sentindo de quebrar os preconceitos com relação às crianças maiores que permanecem nos abrigos, por não se encaixarem no perfil desejado das famílias pretendentes.
Dentre as ações executadas, houve um dia de mobilização, realizada no shopping da cidade, quando foram distribuídos materiais da campanha, com esclarecimentos e orientações sobre os caminhos para a adoção legal.
“Atingimos nosso objetivo de demonstrar à população que a adoção é fundamental para a vida de muitas crianças em situação de abrigamento”, avaliou Carolina Modesto, membro da CEJA- Comissão Estadual Judiciária de Adoção.
Para o juiz do 2º Juizado da Infância e Juventude, Fabiano Pegoraro, a campanha contribuiu muito para desmistificar a adoção tardia. “Nós sabemos que muitos casais têm essa pretensão de adotar alguém porque tem amor no coração. Então, é importante incentivá-los a olhar também para essas crianças e adolescentes. Eles necessitam desse carinho, de uma família, de um amparo, de alguém para orientá-los a ser uma pessoa digna”, acrescentou.
Motivações
Adotar é um ato de amor. Pode mudar o destino tanto de quem é adotado quanto de quem adota. No Juizado da Infância e da Juventude de Porto Velho, a Seção de Colocação Familiar, formada por assistentes sociais e psicólogos, está sempre à disposição da população para esclarecimentos sobre a colocação em família substituta, que é o nome técnico do procedimento de adoção. A equipe trabalha para que a colocação familiar seja realizada nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, visando ao direito fundamental da criança e do adolescente de serem criados e educados no seio familiar e, excepcionalmente, em família substituta.
Porém, de acordo com esses profissionais e também relatos da Seção de Colocação Familiar das demais comarcas do estado, apesar do grande número de informações disponíveis, ainda é pequeno o interesse da sociedade pela discussão do tema, por se tratar de um universo complexo e ainda repleto de distorções, sobretudo com relação à adoção de crianças com mais de três anos.
Daí a preocupação do Tribunal de Justiça em dar subsídios à população, com informações básicas e claras, para desmistificar a ideia que a maioria tem sobre as crianças que aguardam em abrigos por um novo lar.
Aproveitando o Mês de mobilização da adoção, foi planejada uma campanha com foco na adoção tardia com o propósito de quebrar os tabus com relação à criança maior, que não corresponde ao “filho ideal”, de grande parte dos pretendentes à adoção. A campanha utilizou vários recursos e obteve, pela avaliação da Corregedoria da Justiça, grande grande êxito perante a população.
Deixe-se adotar
O slogan da campanha “Deixe-se adotar” partiu da concepção de que a pessoa que adota na verdade é adotado também pela criança, que a “escolhe” de fato, por amor à nova família. Foi o que aconteceu com as famílias que cederam suas imagens e histórias para a campanha.
Risoneide e Gilson já haviam se mobilizado para adotar uma criança mais velha, porém quando conheceram os irmãos Fernanda, Ana Carla e João Batista, que permaneciam em um abrigo na Comarca de Vilhena, a 700 quilômetros da capital, foram arrebatados e acabaram adotando os três. “Fomos adotados por eles”, acrescentou Risoneide.
Marizete e Elias foram adotados por Bia quando ela tinha seis anos de idade. Hoje com nove eles já se inscreveram no Juizado para adotar outra criança. “Esperamos novamente ser adotados“, contou Marizete em ser depoimento para o vídeo de mobilização feito para os pretendentes nos cursos de preparação à adoção. O curso é um dos itens obrigatórios previsto na lei.
“Grande parte dos pretendentes à adoção, quando buscam o Juizado, está à procura de crianças que se enquadrem em seus desejos e expectativas, mas a realidade das crianças abrigadas hoje é diferente, muitas enfrentaram um passado de violência, abusos e privações em todos os sentidos. Algumas, inclusive, precisam reaprender a confiar e amar as novas figuras materna e/ou paterna”, explicou Rita Picanço, chefe do setor de colocação familiar. Por isso, segundo Rita, as informações no vídeo podem provocar a sensibilização e contribuir nesse processo de mudança de mentalidade, bem como modificar a maneira de pensar da sociedade, garantindo a essas crianças e adolescentes o direito à convivência familiar.
Assessoria de comunicação Institucional