Nesta última terça-feira, 28, a Corregedoria Geral da Justiça de Rondônia(CGJ/RO) realizou o último encontro do projeto Teia Judiciária de uma forma especial. Para marcar o encerramento, os alunos da Escola Flora Calheiros participaram de uma visita à sede da Escola da Magistratura de Rondônia (Emeron) e ao Centro Cultural e de Documentação Histórica (CCDH). Durante a visita, tiveram a oportunidade de vivenciar uma encenação e conhecer a história do Tribunal de Justiça.
A experiência começou na Emeron, onde os estudantes exploraram o primeiro Pleno do Tribunal de Justiça e foram convidados a participar de uma encenação do Tribunal do Júri, desempenhando os papéis de juiz, promotor, advogado e demais membros da corte em um julgamento simulado.
O estudante Isaque Félix participou e foi um dos que proferiu a decisão do júri e comentou sobre como foi a experiência de fazer parte de um julgamento. “ A última vez que eu fui em um tribunal, foi quando eu fui no plenário e assisti uma sessão ao vivo, mas eu não participei diretamente como hoje, fui somente um telespectador. Participar foi bem legal e divertido, também não foi difícil porque, com o projeto Teia Judiciária, além de eu melhorar em vários aspectos da minha vida, eu agora tenho mais liberdade para falar e me comunicar, tanto que os meus amigos me escolheram para ser uma das pessoas que iriam falar na hora da decisão, fiquei muito feliz e me senti bem na hora de falar, mesmo com toda a atenção voltada para mim, foi bem legal”, finaliza.
A estudante Cibele Elizabeth compartilhou suas impressões sobre o projeto Teia Judiciária e a relevância que ele teve em sua vida e na vida de seus colegas. “O Teia é um projeto interessante que nos ajuda a descobrir como nos sentimos, além de possibilitar auxílio a outras pessoas, independentemente da gravidade da situação. Até o momento, a discussão mais impactante para mim foi sobre a violência doméstica contra mulheres. Me envolvi intensamente, sendo um momento marcante. Além disso, meu comportamento melhorou consideravelmente após o projeto. Antes, eu era uma pessoa explosiva, mas recentemente, não só tenho conseguido me acalmar, como também tenho ajudado meus amigos de sala. Eles até perguntaram o que estava acontecendo comigo, pois notaram que eu estou mais calma. Essa mudança não se reflete apenas na escola, mas também no meu relacionamento familiar. Se eu estiver aqui no ano que vem, quero muito participar do projeto novamente”.
No CCDH, os alunos exploraram salas repletas de documentos, fotografias e objetos históricos, permitindo-lhes mergulhar na rica história do Tribunal de Justiça de Rondônia. O corregedor geral, José Antonio Robles, acompanhou a visita, compartilhando suas experiências no Poder Judiciário e aproveitou para demonstrar na prática como funcionava uma máquina de datilografia.
O Corregedor Geral da Justiça de Rondônia, desembargador José Antonio Robles, compartilhou suas reflexões sobre a experiência do projeto Teia Judiciária. "Testemunhar o impacto positivo que o projeto teve na vida desses alunos é verdadeiramente gratificante. A encenação do Tribunal do Júri proporcionou uma oportunidade única para eles compreenderem o funcionamento do sistema judiciário de uma maneira prática e interativa. Ao compartilhar minhas experiências no Poder Judiciário e demonstrar o uso de uma máquina de datilografia, busquei não apenas enriquecer o conhecimento deles, mas também inspirar um entendimento mais profundo sobre o papel crucial da justiça em nossa sociedade. É inspirador perceber como o Teia Judiciária não apenas aprimora as habilidades individuais dos participantes, mas também contribui para a construção de uma cultura de paz e respeito mútuo. Parabenizo a todos os envolvidos neste projeto transformador e expresso meu comprometimento contínuo com iniciativas que capacitam e inspiram nossos jovens a trilharem caminhos positivos em suas vidas."
Ao término das visitas às salas históricas, os estudantes receberam certificados e crachás de conclusão do programa. Em uma roda de conversa, compartilharam entre si suas experiências e momentos marcantes ao longo de um ano de participação no projeto, resultando em um momento emocionante para todos os presentes.
Isabela Paludo, Coordenadora do Núcleo Psicossocial, compartilhou sua perspectiva sobre a importância da experiência do projeto Teia na vida dos alunos. "Vê-los expressar o impacto significativo que o projeto teve em suas vidas proporcionou uma sensação de dever cumprido para nós. Na reunião de pais, foi emocionante observar como pessoas externas à escola notaram as mudanças substanciais que os filhos deles apresentaram em casa, com os irmãos e no cotidiano. Ao falarmos sobre a cultura de paz, testemunhar esses adolescentes compartilhando vivências únicas e desafiadoras nos fortalece, renovando nossa determinação em continuar lutando pelo projeto. Muitos relatam que nos veem como um refúgio e que o projeto os capacitou a lidar com os desafios e experiências positivas ou negativas do dia a dia. Além disso, eles conseguem transmitir esses aprendizados não apenas entre os participantes do projeto, mas também para os outros colegas da escola. Nossos corações se enchem de alegria ao refletir sobre um ano de projeto bem-sucedido, que verdadeiramente transforma vidas."
Vitória Martins Alexandre, uma das coordenadoras do Teia Judiciária, partilhou emocionada sobre a conclusão do Teia e sobre as expectativas futuras com o projeto. "Ouvir que muitos alunos vão à escola especialmente nos dias de projeto, é algo que me toca profundamente, pois é a validação do nosso trabalho. A continuidade e expansão do projeto são essenciais; é preciso que ele perdure e alcance outras escolas. Nossa expectativa para o próximo ano é seguir no Flora Calheiros, supervisionando essa turma e os casos em que começarão a atuar com a mediação escolar, além de capacitar a nova turma de mediadores que será formada oportunamente em 2024."
O Teia Judiciária é uma iniciativa da Corregedoria Geral da Justiça de Rondônia, realizada em colaboração com a Secretaria de Educação do Estado de Rondônia (Seduc). O projeto é coordenado pela Coordenadoria Psicossocial do 1º Grau e pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Conflitos, visando fomentar a comunicação não violenta, promover a cultura da paz e ensinar técnicas de mediação de conflitos nas instituições de ensino. Seu propósito é auxiliar os adolescentes a aprimorarem a expressão de seus sentimentos e aperfeiçoarem suas relações interpessoais.
Assessoria de Comunicação Institucional