O evento, com participação da filósofa Viviane Mosé, serviu também como formação e reflexão para servidores e magistrados
O aprimoramento da gestão público é uma constante busca do Poder Judiciário de Rondônia, que mesmo quando presta contas de suas ações, o faz de maneira mais transparente e reflexiva, como na reunião que ocorreu no dia 8, quarta-feira, no auditório do Tribunal de Justiça de Rondônia. O evento, voltado para a sociedade, teve um forte conteúdo pedagógico, já que foi incluso na programação a palestra de dois convidados especialistas na área de gestão, a filósofa Viviane Mosé e psicólogo e consultor Waldez Luidwig.
"Trata-se de uma prestação de contas à sociedade dos recursos disponibilizados ao Poder Judiciário e ao mesmo tempo, uma ação de aprendizado interno para que possamos melhorar o nosso planejamento e execução orçamentários", explicou o juiz auxiliar da presidência, que é também o presidente do comitê de orçamento do TJRO, Ilisir Bueno.
O magistrado fez um resumo das ações dentre as quais destacou a melhoria da prestação jurisdicional, com a criação da Central de Processos Eletrônicos, melhoria da infraestrutura com a criação da Secretaria de Tecnologia, instalação de Sala Cofre, aquisição de redundância de internet e contratação de rede privada de alta velocidade para transmissão de dados, além da finalização de novas unidades do Judiciário.
O presidente do TJRO, desembargador Sansão Saldanha, ao abrir a reunião, ressaltou a necessidade de se buscar uma atuação jurídica aliada à administrativa, a fim de perseguir os modernos métodos de gestão mundiais, a exemplo do modelo de excelência chinês.
"Em uma instituição como a Justiça todos têm que se envolver com a administração, com a jurisdição e com o uso desses serviços. Todos são responsáveis pela eficiência e eficácia: servidores, juízes e usuários", destacou. Lembrou ainda que a responsabilização de todos os agentes faz da Justiça uma equipe, afinada e menos burocrática. "Hoje ter poder significa estimular os outros à produção criativa", finalizou
Revolução
A fala do presidente foi ao encontro do que proferiu a palestrante Viviane Mosé, que mencionou a necessidade de lideranças em rede, com uma hierarquia mais aberta e processos mais ágeis. "A comunicação é essencial. O que é a linguagem se não a simplificação do mundo?", provocou.
Para ela, o grande problema da gestão nas organizações está justamente no processo, que desde a época do Egito antigo, tem um modelo hierárquico excludente. "O modelo piramidal, que era praticado também na Grécia, acaba engolindo a todos no poder público, opinou. "Modelos ágeis de gestão são a ponte entre o serviço público e o que a população anseia", disse ainda a filósofa, que apontou para o bom controle sobre os processos como arma de combate à corrupção e ao desperdício.
Viviane Mosé alertou ainda para o caos nas organizações em razão do advento internet. "É uma revolução que põe o mundo em cheque. O modelo hierárquico agora é em rede, o que impõe liberdade e visibilidade. Nunca fomos tão democráticos na história", analisou.
Porém, segundo a palestrante, é preciso saber lidar com tanta liberdade. "Saber ler e interpretar tanta informação". Desenvolver a capacidade de pensar. E, sobretudo, "trabalhar valores". "É preciso construir processos, mas é essencial reconstruir pessoas", reforçou.
Na visão de Viviane o problema do Brasil nunca foi financeiro. "Nossas dificuldades sempre estiveram relacionadas aos processos e às pessoas", explicou ao fazer uma analogia com a situação econômica do país. "Sempre fomos corporativistas, precisamos desenvolver o sentido de coletividade, do compartilhamento. Ampliar a consciência individual para a social. Isso se aplica a uma organização como o Judiciário", finalizou
Conhecimento
O psicólogo e consultor Waldez Ludwig também fez um panorama histórico destacando as inovações que transformaram o mundo e suas consequências para o trabalho. A última delas, a Revolução industrial, segundo ele, trouxe uma relação que impedia a difusão de ideias. A inovação atual, da sociedade em rede, tem efeito justamente o oposto, por isso a capacidade criativa é valorizada, e o conhecimento passa a ser fundamental para as organizações. "Quem tem produtos primários como petróleo, sojae água, passa fome, quem tem software domina o mundo", exemplificou.
Em tempos de “desintermediação” da sociedade, o consultor concorda que o compartilhamento de informações é essencial para uma gestão eficiente. "A arrogância intelectual não leva a nada. A verdadeiro liderança é marcada por talento, estilo e capacidade de interação", concluiu.
Resultados
A Reunião da Prestação de Contas teve ainda na programação a apresentação dos gestores dentro dos projetos estratégicos do Poder Judiciário, entre eles a Promoção, Valorização e Humanização da Gestão de Pessoas, a Infraestrutura e Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação, Aprimoramento da Estrutura do Judiciário, Fortalecimento da Governança e o programa Judiciário Efetivo.
"Mais do que cumprir com a obrigação da transparência, nossa tarefa é apresentar à sociedade como o dinheiro público vem sendo aplicado no Poder Judiciário e quais são os benefícios na forma de gerir esses recursos. Os efetivos resultados aqui apresentados demonstram que o nosso fim maior está sendo cumprindo: o bom serviço prestados no cotidiano da Justiça", refletiu Rosângela Vieira de Souza, coordenadora de Planejamento do TJRO.
Assessoria de Comunicação Institucional